Assembleia realiza 1ª celebração do Dia Estadual da Música e Viola Caipira

Plenário recebeu compositores, instrumentistas, professores e coordenadores de instituições que fomentam tradição no Paraná. Data foi instituída por lei de autoria de 19 deputados estaduais

Assembleia realiza 1ª celebração do Dia Estadual da Música e Viola Caipira

Plenário recebeu compositores, instrumentistas, professores e coordenadores de instituições que fomentam tradição no Paraná. Data foi instituída por lei de autoria de 19 deputados estaduais
Assembleia realiza 1ª celebração do Dia Estadual da Música e Viola Caipira

Chapéus de feltro, violas e muitas canções raiz marcaram a primeira celebração do Dia Estadual da Música e Viola Caipira realizada na manhã desta terça-feira (8) no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná. O Parlamento distribuiu 23 homenagens para músicos, orquestras, grupos, maestros e associações. Instituída pela lei 22.449/2025, de autoria de 19 deputados estaduais, a data é festejada no dia 13 de julho. A cerimônia foi antecipada por conta do recesso parlamentar.

“Ao instituir a data, fazemos justiça a uma das mais autênticas expressões da cultura brasileira e que tem raízes profundas. A música e a viola caipira falam da terra, da vida simples, dos valores familiares, da relação íntima com a natureza, da fé e do amor, na sua forma mais genuína. Nos ligam ao campo, ao interior, à origem que jamais devemos esquecer”, frisou a deputada estadual Cristina Silvestri (PP), proponente da homenagem e autora primeira do projeto de lei que criou a data.

O dia 13 de julho foi escolhido para celebrar a tradição por ser a data de nascimento do paulista Cornélio Pires, maestro, arranjador, instrumentista e folclorista. Na década de 1920, ele pressionou as gravadoras de música a lançarem álbuns com canções caipira, auxiliando a difundir a tradição, conforme relembrou a deputada.

A homenagem foi marcada por interpretações de clássicos da música raiz e pela apresentação de composições contemporâneas. O hino brasileiro, entoado na abertura de toda sessão solene, dessa vez ganhou uma versão instrumental na viola caipira pelas mãos da musicista Giulia Foganholli. ”Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, e “O Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, foram interpretadas pela Escola de Música Lions, projeto que reúne crianças e adolescentes da Comunidade da Vila Uberaba, em Curitiba.

Os deputados que compuseram a mesa, todos coautores do projeto de lei, falaram da sua relação com o gênero. Gilberto Ribeiro (PL) e Tercílio Turini (PSD) relembraram suas infâncias, vividas no interior do Paraná. “A música caipira prevalecia e fazia com que o tempo passasse mais rápido na lavoura. Cresci aprendendo a ouvi-la”, destacou Ribeiro, citando o radinho Transglobe que sempre acompanhava o pai na roça. “Vivi numa época em que o Brasil era um país rural. Não tinha energia elétrica e o meio de comunicação era o rádio”, ressaltou Turini sobre a relevância das canções tradicionais no seu meio.

Marli Paulino (SD) rememorou a surpresa que teve na primeira vez que ouviu Vini Moraes, conhecido como Diamante Violeiro, na mesa de um bar. Ela também destacou o papel da música raiz na formação de costumes e tradições. Batatinha (MDB) falou do seu tempo como radialista, há 30 anos, quando trazia álbuns para transmitir as canções caipiras.

Os parlamentares Tito Barichello (União) e Jairo Tamura (PL) apontaram a necessidade de preservação desse gênero musical. “Precisamos plantar a música sertaneja, a música raiz, de forma muito mais acirrada. Ela diz respeito à nossa sociedade e prega valores”, ressaltou Barrichello.

Homenageados

Criados em Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e radicados em Londrina, os homenageados João Nelore e Texano começaram suas carreiras nos palcos dos botecos da Capital paranaense. Ao longo de 17 anos de relação com a música, construíram uma carreira sólida. De oito músicas lançadas recentemente, os músicos somam mais de 62 milhões de visualizações nos streamings.

“Antes de a gente visar sucesso na nossa estrada, fazíamos música porque a gente amava colocar a viola no peito e cantar as modas raiz”, conta Texano, nome artístico de Fernando da Silva. O laço com a canção começou ainda aos 12 anos. “Isso acabou se tornando a nossa profissão, hoje a gente vive disso”, complementa Nelore, alcunha de João Marcos da Silva. Ambos compareceram à homenagem com um crucifixo enrolado ao pulso – símbolo da religiosidade intrínseca à música caipira.

“Hoje o Paraná é uma referência em ensino de viola caipira. Nós temos que promover mais professores de viola caipira”, frisou o homenageado Cristian Fernandes, coordenador da Orquestra Paranaense de Viola Caipira. Desde 2001, a instituição atua na formação de crianças e adolescentes. Apresentações internacionais já foram realizadas pelo coletivo no Paraguai, Argentina, França e Espanha.

Também receberam condecorações os músicos Paulo Santana, Ruan Mansur, Alberto Júnior Capeletto, Gringo Violeiro, Fabiano Santos. Vini Moraes (Diamante Violeiro), Edson Murai Lima, Matheus Vieira de Souza e Giulia Foganholli. Foram homenageados os professores do Lions Clube Curitiba Batel: Nilson Izaias Pegorini, Igor Kpvaliuk, Gesiel Sari, Josafá Silva de Souza, Gabriel Gomes Teixeira e Eli Carlos dos Santos. Os grupos Viola Paraná,  Instituto Viola Caipira, o Viola Lobo Bravo, Projeto Anjos Inocentes, Viola Musa e Orquestra Viola e Instituto Viola Caipira também foram condecorados.

As honrarias foram propostas pelos deputados Silvestri, Tito Barrichello (União), Gilberto Ribeiro (PL), Ney Leprevost (União), Batatinha (MDB), Tercilio Turini (PSD), Marcelo Rangel (PSD), Cobra Repórter (PSD), Marli Paulino (SD), Goura (PDT), Maria Victoria (PP) e Bazana (PSD).

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