O comércio varejista ampliado apresentou resultados positivos em julho de 2025, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho desse ano, as vendas cresceram 1,3% no Brasil e 2,3% no Paraná. Já em relação a julho de 2024, o desempenho foi de desaceleração, com queda de 2,5% no cenário nacional e de 0,6% no estado.
No acumulado em 12 meses, de agosto de 2024 a julho de 2025, o país registrou expansão de 1,1%, enquanto o Paraná avançou 2,8%, mantendo trajetória acima da média nacional.
De acordo com o economista e assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, o cenário reflete a perda de ritmo do setor frente ao ano anterior. “O comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos, motocicletas e peças, mostrou desaceleração em julho, em um contexto de juros mais altos e maior restrição no crédito ao consumidor”, observa.
Entre os segmentos que mais impulsionaram o resultado paranaense em julho, na comparação com o mesmo mês de 2024, destacam-se móveis e eletrodomésticos, com alta de 9,2%; artigos de uso pessoal e domésticos, com 6,5%; e material de construção, com 6,4%. No outro extremo, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação recuaram 19,5%, enquanto veículos, motocicletas e peças caíram 10,6%.
Nos últimos 12 meses, o setor de equipamentos e material para escritório também apresentou retração expressiva, de 11,6%, seguido pelo atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, com baixa de 4,0%. Por outro lado, setores como móveis e eletrodomésticos acumulam alta de 11,7% no período, bem como material de construção, com aumento de 9,1%.
De acordo com o economista, apesar dos sinais de moderação, o desempenho do comércio no Paraná se mostra mais resiliente que a média nacional, sustentando uma trajetória positiva no acumulado anual. “A tendência, no entanto, é de crescimento em ritmo mais contido nos próximos meses, diante de um ambiente de crédito mais restritivo e custos financeiros elevados”, avalia.