O Governo do Estado do Paraná está investindo cerca de R$ 1,44 bilhão em grandes obras de duplicação, ampliação e restauração em concreto de mais de 200 quilômetros de rodovias estaduais na região Central do Paraná. São sete grandes intervenções, sendo duas em etapas de licitação, ou seja, o investimento deve ultrapassar R$ 2 bilhões para modernizar quase 300 quilômetros.
Todas as obras utilizam a técnica whitetopping para restauração, em que o pavimento existente recebe uma camada de concreto, método que garante maior segurança para quem trafega pela região, além do dobro da durabilidade em relação ao modelo convencional.
Para se ter ideia da dimensão do pacote, apenas os trechos de duplicação que já estão em execução – entre os municípios de Guarapuava, Turvo e Pitanga – representam mais de duas vezes o que está sendo investido pelo Governo do Estado na construção da Ponte de Guaratuba, uma das obras mais emblemáticas dos anos mais recentes no Paraná. São R$ 947,7 milhões nas três obras e R$ 400 milhões na ligação do Litoral.
E o montante será ampliado nos próximos meses com a contratação de novos trechos, entre Manoel Ribas, Lidianópolis, Mauá da Serra e Nova Tebas.
Foto: Ari Dias/AEN
DUPLICAÇÃO INTEGRAL DE GUARAPUVA A PITANGA – A duplicação da PRC-466 entre Guarapuava e o distrito de Palmeirinha já ultrapassou a metade do cronograma de execução. São 11,5 quilômetros em obras, com investimento de aproximadamente R$ 139,8 milhões, que incluem a construção de uma nova ponte sobre o Rio Coutinho, já entregue, e a implantação de sistemas modernos de drenagem. A iluminação viária em LED e a nova sinalização devem ser finalizadas no início de 2026, consolidando o trecho como o início do pavimento rígido em concreto na região.
Na sequência da mesma rodovia, entre Palmeirinha e Turvo, avança um dos projetos mais complexos em execução. São 27 quilômetros de duplicação e restauração em concreto, com investimento de R$ 293,7 milhões, com conclusão prevista para junho de 2027. As obras estão em estágio bem inicial, ainda em 2,54%.
A obra engloba dois novos viadutos, a construção de uma ponte sobre o Rio Turvo e a instalação de barreiras de concreto do tipo New Jersey em áreas urbanas, onde não há espaço para um canteiro central. Essas barreiras diferenciam-se por terem um formato que reduz o impacto de colisões e impede a travessia de veículos para a pista contrária, aumentando significativamente a segurança em trechos movimentados.
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O maior investimento do pacote está concentrado entre Turvo e Pitanga, também na PRC-466. Nesse trecho, de 45,5 quilômetros, o governo aplica R$ 514,2 milhões para duplicar a rodovia e implantar melhorias estruturais. A obra teve início em agosto, com medição de 5,46%, e deve ser entregue em abril de 2027.
Além de duas novas pontes e uma passarela, o projeto contempla três viadutos do tipo Diamante. Nesse modelo, o motorista acessa a rodovia principal pela faixa da direita, tanto para entrar quanto para sair, em vez de depender de alças mais longas e complexas, o que facilita a circulação e reduz riscos de acidentes. Estão previstos ainda nove retornos, calçadas, iluminação em pontos estratégicos e abrigos de ônibus.
REVITALIZAÇÕES A PARTIR DE PITANGA – Após Pitanga, as melhorias em concreto vão avançar para as duas conexões da cidade no formato de pavimentação em concreto com implementação de terceiras faixas, no mesmo modelo da revitalização da PRC-280, no Sudoeste.
O DER/PR acaba de publicar o resultado final do processo que dará início à restauração e ampliação da PRC-466 entre Pitanga e Manoel Ribas, um trecho de 43 quilômetros orçado em R$ 231,6 milhões. O pavimento será totalmente refeito em concreto, com a implantação de faixas adicionais nos pontos de ultrapassagem. Dois novos viadutos vão substituir cruzamentos atualmente críticos em Manoel Ribas e Pitanga por rotatórias em desnível que vão ordenar o tráfego e ampliar a segurança.
No Vale do Ivaí, também está programada a ampliação da capacidade da PRC-466 entre Manoel Ribas e Lidianópolis, em um trajeto de 51,8 quilômetros. O projeto prevê a duplicação em parte do trecho, somando 15,9 km, implantação de 17 km de terceiras faixas e construção de seis viadutos distribuídos entre Lidianópolis, Jardim Alegre e Ivaiporã. A licitação desse trecho está em andamento.
Outro destaque do trecho é a ampliação da ponte sobre o Rio Ivaí, que passará a contar com acostamentos e espaço para pedestres. Essa é uma das intervenções mais aguardadas da região, já que vai aumentar a fluidez em um corredor fundamental para o escoamento da produção agrícola.
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A mais extensa das obras previstas é a restauração da PRC-272 entre Lidianópolis e Mauá da Serra, com 54,8 quilômetros. Todo o trecho será refeito com o whitetopping, incluindo acostamentos e terceiras faixas em locais de maior fluxo.
Estão previstos três viadutos – em Faxinal, Cruzmaltina e no acesso a Borrazópolis – além de cinco rotatórias alongadas, que vão substituir cruzamentos em nível por estruturas mais seguras. O sistema de drenagem será modernizado, e a rodovia contará com iluminação e novos dispositivos de segurança.
E em outro trecho a partir de Pitanga, mas em sentido oposto, o DER/PR já assinou o contrato da restauração em concreto das rodovias PRC-487 e PR-460, entre Pitanga e Nova Tebas e Pitanga. O investimento será de R$ 267,8 milhões, com prazo de execução de 810 dias (27 meses). São 51,52 quilômetros de extensão. A obra também prevê a implantação de terceiras faixas do mesmo material em todos os pontos críticos, e acostamentos igualmente de concreto.
Confira a relação das obras:
Guarapuava – Palmeirinha – PRC-466 – R$ 139,8 milhões – 11,5 km
Palmeirinha – Turvo – PRC-466 – R$ 293,7 milhões – 27 km
Turvo – Pitanga – PRC-466 – R$ 514,2 milhões – 45,5 km
Pitanga – Manoel Ribas (em licitação) – PRC-466 – R$ 231,6 milhões – 43 km
Manoel Ribas – Lidianópolis – PRC-466 – a sessão de disputa está marcada para 30 de outubro – 51,8 km
Lidianópolis – Mauá da Serra – PRC-272 – edital em fase de elaboração – 54,8 km
Pitanga – Nova Tebas – PRC-487 e PR-460 – R$ 267,8 milhões – 51,5 km
CONCRETO NA REGIÃO CENTRAL – O whitetopping tem sido uma solução adotada amplamente em diversas regiões do Paraná – em todo o Estado, as obras que utilizam essa técnica já somam 500 quilômetros, o que faz deste o maior programa de pavimentação em concreto do Brasil.
De acordo com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o executivo estadual tem priorizado as regiões que possuíam maior carência de infraestrutura rodoviária, como a própria região Central e o Sudoeste do Paraná. “Rodovias em concreto eram um sonho distante e agora estão presentes no dia a dia de algumas regiões fundamentais para a nossa economia. É um investimento mais seguro, mais rápido e que faz do Estado exemplo nacional”, afirma.
Segundo o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, os projetos aplicados no Paraná se inspiram nas estradas mais eficientes do mundo, como as dos Estados Unidos e Alemanha. “Como um Estado forte na produção agrícola e industrial, fomos buscar as melhores soluções de infraestrutura adotadas pelo mundo. As estradas de concreto são opções mais duradouras e que aguentam melhor o tráfego pesado, que é comum na região Central”, pontua.
As obras rodoviárias estão sendo executadas por empresas contratadas via licitação pelo DER/PR. A autarquia é vinculada à Secretaria da Infraestrutura e Logística (Seil) e também é responsável pela fiscalização de todas as etapas do processo desde a elaboração dos projetos.
Além da durabilidade superior – de 20 a 30 anos – o whitetopping oferece mais aderência em dias de chuva, reduz a deformação provocada por veículos pesados e diminui a necessidade de reparos frequentes, garantindo economia de recursos públicos e melhores condições de tráfego para motoristas e passageiros. Segundo o presidente do DER/PR, Fernando Furiatti, o pacote garante uma melhoria consistente na malha rodoviária estadual na região Central do Paraná.
“O DER do Paraná se tornou uma referência nacional quanto a obras de restauração em concreto pela técnica whitetopping. A excelente qualidade do pavimento, o melhor custo-benefício, as vantagens ambientais, todos esses fatores trazem delegações de outros estados ao Paraná, para conhecerem nosso trabalho e verem de perto os resultados”, afirma.