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De receptor a campeão: a trajetória inspiradora de Vanilton Dipicoli

Após transplante de rim, atleta cascavelense transforma superação em exemplo de vida
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Por: Celso Romankiv

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De receptor a campeão: a trajetória inspiradora de Vanilton Dipicoli

Após transplante de rim, atleta cascavelense transforma superação em exemplo de vida
Esporte como qualidade de vida Foto:Arquivos pessoais

Em 2008, a vida de Vanilton Dipicoli virou de cabeça para baixo. Aos poucos, os sintomas revelaram uma doença renal já em estágio avançado. Em questão de meses, ele precisou iniciar hemodiálise e se viu diante da dura realidade de depender de máquinas para continuar vivendo. A esperança veio da própria família: sua mãe, dona Neiva, lhe doou um rim. O gesto não apenas salvou sua vida, como também abriu caminho para uma trajetória marcada pela superação. “Minha ideia durante a hemodiálise era só continuar vivendo. A doação da minha mãe fez esse desejo se concretizar”, relembra Vanilton.

A descoberta do esporte

Seis anos após o transplante, por recomendação médica e incentivo da esposa Janice, Vanilton iniciou nas corridas de rua. O objetivo inicial era simples: cuidar da saúde, manter a pressão sob controle e garantir qualidade de vida. Mas logo o esporte se transformou em paixão.

O salto para a competição veio em 2019, quando descobriu os Jogos Brasileiros para Transplantados. Com treinos mais específicos, conquistou sua primeira medalha de ouro nos 5 km em 2022. No ano seguinte, repetiu o feito e foi convidado a representar o Brasil no Mundial da Austrália, onde voltou com uma medalha de bronze nos 400 metros.

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Neste ano sua coleção de conquistas aumentou nos Jogos Brasileiros para Transplantados disputados em Curitiba com ouro nos 200m, prata nos 400 m e nos 5 km, além de uma inesperada medalha no tênis de mesa. “Mais do que os pódios, o que vale é mostrar que o transplantado pode competir e viver normalmente”, afirma.

Encontros que inspiram

Para Vanilton, estar entre outros atletas transplantados é uma das maiores recompensas do esporte. Essas vivências despertaram em Vanilton o desejo de se tornar também um porta-voz da causa da doação de órgãos. “Os médicos explicam o processo de forma técnica, mas eu posso falar com sentimento, com a vivência de quem recebeu uma segunda chance. Isso toca de outra maneira”, explica.

Esporte como qualidade de vida

Hoje, aos 44 anos, Vanilton segue treinando três a quatro vezes por semana, equilibrando desempenho esportivo e cuidados médicos. Ele reconhece que poderia buscar resultados ainda mais expressivos, mas coloca a saúde em primeiro lugar. “Não é só sobre medalhas. É sobre mostrar que o transplantado pode e deve praticar atividade física. Uma caminhada já faz uma diferença enorme”, ensina.

Entre corridas, treinos e palestras, Vanilton carrega consigo duas bandeiras: a do amor de mãe que lhe devolveu a vida e a da importância de doar órgãos para salvar outras. Sua história, marcada por superação, medalhas e novas amizades, é também um convite à reflexão. “Todos podem ser doadores. Mas também é preciso cuidar da saúde para não entrar na fila. Melhor do que receber um órgão é nunca precisar dele”, resume.

Vanilton e a mãe D. Neiva. Ela deu um rim, ele transformou em vitórias

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