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Após 10 lances, Canal do Porto de Paranaguá será operado por consórcio que investirá R$ 1,23 bilhão

Grupo CCGD, formado pela brasileira FTS e o grupo belga DEME, venceu a disputa na Bolsa de Valores e será responsável pelas obras de ampliação
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Após 10 lances, Canal do Porto de Paranaguá será operado por consórcio que investirá R$ 1,23 bilhão

Grupo CCGD, formado pela brasileira FTS e o grupo belga DEME, venceu a disputa na Bolsa de Valores e será responsável pelas obras de ampliação e manutenção do canal aquaviário pelos próximos 25 anos. Principal mudança é a elevação do calado de 13,3 metros para 15,5 metros, o que permitirá a atracação das maiores embarcações que operam na costa brasileira.
Após 10 lances, Canal do Porto de Paranaguá será operado por consórcio que investirá R$ 1,23 bilhão

O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD), formado pela brasileira FTS e pelo grupo belga DEME, venceu o leilão inédito do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá, realizado nesta quarta-feira (22) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A concessão é a primeira do tipo no Brasil e marca o início de um modelo pioneiro de gestão de canais aquaviários que dão acesso a portos públicos. O contrato de 25 anos prevê R$ 1,23 bilhão em investimentos para ampliar e manter o canal, cuja profundidade passará de 13,3 metros para 15,5 metros.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior, que acompanhhou o leilão na B3, destacou que o resultado marca mais uma etapa do planejamento estratégico iniciado em 2019 para consolidar o Paraná como o principal hub logístico da América do Sul. Ele lembrou que o Estado está em uma região que concentra 70% do PIB do continente e que, por isso, tem investido em todos os modais de transporte para fortalecer sua infraestrutura.

“Desde o início da nossa gestão, traçamos o objetivo de transformar o Paraná na central logística da América do Sul. Por isso, estruturamos o maior pacote de concessões rodoviárias do País, modernizamos os aeroportos e fizemos um grande planejamento para os nossos portos. Hoje, o Porto de Paranaguá chega à Bolsa de Valores como o mais eficiente do Brasil por seis anos consecutivos, alcançando 70 milhões de toneladas movimentadas, bem acima das metas definidas pela União”, afirmou Ratinho Junior.

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Ele ressaltou que as obras estruturantes em andamento no Porto de Paranaguá, como o novo Moegão ferroviário e o futuro Píer em T, vão ampliar significativamente a sua capacidade operacional. “Com o Moegão, aumentaremos em 35% a movimentação de cargas, e com o novo píer teremos quatro berços adicionais e o maior corredor de transporte via correia do mundo”, disse o governador.

“Agora, com o canal de acesso, vamos aumentar ainda mais a capacidade de movimentação de cargas, além de reduzir em 12% o custo para os usuários. É a prova de que o nosso planejamento deu certo e colocou o Paraná na vanguarda da infraestrutura brasileira”, concluiu Ratinho Junior.

Na avaliação do secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, o aumento do calado e a redução da tarifa vão garantir uma logística mais eficiente e competitiva. “O leilão é uma vitória dos paranaenses, porque o Porto de Paranaguá representa o resultado da riqueza gerada em todo o Estado. Estamos preparando o porto para um novo patamar de movimentação, com custos menores e mais benefícios para quem produz e exporta pelo Paraná”, pontuou.

INEDITISMO – Diferentemente de outros processos de concessão, o modelo paranaense transfere à iniciativa privada a responsabilidade pelas dragagens e manutenção do canal, com metas claras de profundidade, desempenho e redução de custos para os usuários, garantindo maior eficiência operacional e previsibilidade financeira.

Quatro grupos empresariais participaram da concorrência: Jan De Nul (Bélgica), Consórcio CCGD (Bélgica), CHEC Dredging (China) e DTA Engenharia (Brasil). A disputa teve como critério inicial o maior valor de desconto oferecido para a tarifa Inframar – encargo cobrado das embarcações que utilizam o canal de acesso para custear serviços de dragagem e manutenção –, o que garante benefícios diretos aos usuários do porto.

O Consórcio CCGD foi o vencedor do leilão ao oferecer o desconto máximo de 12,63% em relação à tarifa de referência, além do maior valor de outorga, de R$ 276 milhões, que serviu como critério de desempate. O dinheiro será revertido em novos investimentos no Porto de Paranaguá. Além da outorga definida no leilão e dos investimentos obrigatórios previstos em contrato, o CCGD deverá despender outros R$ 86 milhões de outorga fixa por ano e 3% da receita anual.

De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, o Paraná tem desempenhado um papel de protagonismo na modernização da infraestrutura nacional, cujo pioneirismo implantado no Estado servirá de referência para o país.

“Quando o Paraná vai bem, o Brasil vai bem, e é isso que precisamos cada vez mais no País. Essa parceria com o Governo do Paraná cria um marco novo na política portuária brasileira”, afirmou. “O leilão do Canal de Acesso de Paranaguá é o primeiro do gênero no país e servirá de base para novas concessões previstas para 2026, nos portos de Santos, Bahia e Itajaí”, complementou Costa Filho.

MODELO PARA O BRASIL – Além de estimular a competitividade entre empresas, o modelo elaborado pelo Governo do Paraná em parceria com a União garante que os descontos obtidos sejam repassados aos armadores e exportadores, o que estabelece um padrão que deve servir de referência para outros portos brasileiros.

Com a conclusão do leião, o Governo do Estado atingiu a sua principal meta, que era reduzir a tarifa, cujo desconto a partir do leilão ficou fixado em 12,63% em relação ao valor de referência definido em edital. A diminuição deve ampliar a competitividade dos produtos paranaenses e brasileiros no mercado internacional.

Na visão do diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, o leilão do Canal de Acesso do Porto de Paranaguá representa um marco histórico para o Paraná e para o sistema portuário brasileiro. “A concessão vai consolidar investimentos de mais de R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos, garantindo a manutenção do canal e o aprofundamento da via, o que torna o porto mais eficiente e aumenta a atratividade comercial e a competitividade do Paraná no mercado internacional”, comentou.

Segundo Garcia, o modelo adotado no leilão é fruto de um trabalho técnico de quatro anos, que envolveu engenharia, estudos econômicos e diálogo com os usuários do porto. Ele ressaltou que a participação de quatro grandes grupos internacionais no leilão demonstra a confiança do mercado no modelo paranaense.

“O processo foi construído para garantir segurança jurídica, eficiência e transparência, ao mesmo tempo em que oferece condições atrativas para investidores. É um exemplo de como infraestrutura pública pode ser desenvolvida com qualidade e segurança, tornando o Porto de Paranaguá referência nacional”, acresentou.

A iniciativa coloca o Paraná na vanguarda das políticas de infraestrutura e logística, ao mesmo tempo em que amplia a eficiência operacional e a competitividade do Complexo Portuário de Paranaguá e Antonina, um dos mais importantes da América Latina.

CONTRATO – A concessão terá duração de 25 anos e prevê que os R$ 1,23 bilhão de investimentos sejam aplicados já nos cinco primeiros anos de contrato. Eles serão voltados à ampliação, manutenção e exploração do canal aquaviário que conecta o Porto de Paranaguá ao mar aberto. A principal intervenção será o aprofundamento do Canal da Galheta, permitindo a atracação de embarcações de maior porte, com redução de custos logísticos e ganho de competitividade.

Com 15,5 metros, o novo calado será superior ao dos portos de Santos e de Santa Catarina, cuja média é de 14,5 metros, o que posiciona o Paraná entre os principais hubs marítimos do Cone Sul. Além das obras de aprofundamento, o Consórcio CCGD será responsável por dragagens permanentes, manutenção da navegabilidade e segurança das manobras, podendo ajustar gradualmente a tarifa Inframar conforme o avanço das melhorias previstas.

A transferência à iniciativa privada da responsabilidade integral pela dragagem e manutenção do canal estimula a eficiência operacional, reduz custos e garante mais previsibilidade jurídica. O contrato também estabelece metas de desempenho, cronogramas de investimento e mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro.

De acordo com o CEO da FTS, André Maragliano, a parceria entre a empresa brasileira e o grupo belga DEME une experiência local e know-how internacional. “Com a experiência combinada da FTS, que opera há 40 anos no Porto de Paranaguá, com a expertise internacional do grupo DEME, o Consórcio CCGD vai garantir o controle dinâmico de calado do canal de acesso, que é o coração do porto, aumentando a movimentação de cargas e a competitividade. Essa conquista ajuda a manter a eficiência do Porto de Paranaguá e consolida o Paraná como referência nacional em infraestrutura”, disse.

SEGURANÇA TÉCNICA E AMBIENTAL – O projeto foi precedido por um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), consultas e audiências públicas conduzidas pela Antaq e pelo Ministério de Portos e Aeroportos, além da análise e aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU). O estudo contemplou projeções de demanda, soluções de engenharia, modelagem financeira e impactos ambientais, assegurando transparência, sustentabilidade e segurança jurídica na estruturação da concessão.

A modelagem foi amplamente elogiada por especialistas e representantes do mercado, por estabelecer um novo padrão regulatório para concessões portuárias no Brasil, com regras claras, cronogramas definidos e forte governança institucional.

CANAL DA GALHETA – Situado ao sul da Ilha do Mel, o Canal da Galheta é o principal acesso aquaviário ao Porto de Paranaguá e aos terminais da Baía de Paranaguá desde a década de 1970, quando foi criado para permitir a navegação de embarcações maiores. A modernização dessa via é estratégica para o futuro do complexo portuário, responsável por escoar grande parte da produção agroindustrial do Paraná e de estados vizinhos, como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

O aprofundamento para 15,5 metros de calado representará um salto logístico para o porto, possibilitando o aumento do volume de carga por embarcação. Segundo a Portos do Paraná, dois metros a mais de calado significam, em média, mil contêineres adicionais ou 14 mil toneladas a mais de produtos em cada navio, sem custo adicional ao exportador.

O modelo paranaense despertou o interesse de autoridades e investidores e será referência para futuros leilões de canais de acesso em Santos (SP), Itajaí (SC), Bahia e Rio Grande (RS), segundo o Ministério de Portos e Aeroportos.

AGENDA DE CONCESSÕES – O leilão do Canal de Acesso reforça a estratégia adotada pelo Governo do Estado desde 2019 que visa atrair investimentos privados e modernizar a infraestrutura logística. Por meio de políticas que criaram um ambiente de negócios seguro, previsível e competitivo, o Paraná tem conseguido liderar a agenda nacional de concessões.

Outro exemplo desta estratégia acontece nesta quinta-feira (23), quando o Governo do Estado retorna à B3 para o leilão do Lote 4 do pacote de concessões rodoviárias. A disputa prevê mais de R$ 18 bilhões em obras de ampliação, melhorias, manutenção e conservação ao longo dos 30 anos de contrato em um trecho de 627 quilômetros de rodovias que cruzam as regiões Norte, Noroeste e Oeste.

Este será o penúltimo leilão do pacote de seis lotes que totalizam 3,3 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais. O último, Lote 5, está marcado para o dia 30 de outubro.

Em abril, o Estado se tornou o primeiro do Brasil a ter um porto público com 100% de sua área regularizada, após três leilões realizados também na B3, que garantiram mais de R$ 2,2 bilhões em investimentos nos próximos cinco a sete anos, a depender de cada contrato. Desde 2019, quando conquistou autonomia administrativa, a Portos do Paraná já realizou oito leilões, totalizando mais de R$ 3,5 bilhões em contratos e R$ 915 milhões em outorgas arrecadadas.

Além da área portuária, o Paraná também avança com Parcerias Público-Privadas (PPPs) da Sanepar, projetos de mobilidade urbana, infraestrutura energética e modernização de rodovias e ferrovias, que integram uma estratégia ampla de desenvolvimento econômico e social.

PRESENÇAS – Também acompanharam o leilão o chefe da Casa Militar do Paraná, Marcos Tordoro; o secretário Nacional de Portos, Alex Sandro de Ávila; o diretor-geral da ANTAQ, Frederico Carvalho Dias; o secretário-executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Tomé Franca; o deputado federal Luiz Carlos Hauly; e o deputado estadual Fábio Oliveira.

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