.

Cascavel já registrou 27 acidentes graves com ciclomotores

Na semana passada um adolescente de 14 anos morreu a caminho da escola
Picture of Por: Tissiane Merlak

Por: Tissiane Merlak

Todos os Posts

Cascavel já registrou 27 acidentes graves com ciclomotores

Na semana passada um adolescente de 14 anos morreu a caminho da escola
Veículos que atingem até 50 km/h devem ser registrados e motoristas ter CNH ou ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor)

O aumento de acidentes envolvendo patinetes, ciclomotores e outros veículos elétricos em Cascavel preocupa autoridades e moradores. Somente em 2025, o sistema BI/Bateu, da Transitar, já registrou 27 sinistros — 19 com patinetes elétricos e 8 com ciclomotores. O caso mais grave foi a morte de um adolescente de 14 anos, na última semana, após avançar o sinal vermelho no cruzamento da Avenida Carlos Gomes com a Rua Cuiabá, enquanto seguia para a escola.

O jovem usava capacete, mas não resistiu ao impacto da batida com uma caminhonete S-10. A tragédia reacendeu o debate sobre o uso consciente e as normas de segurança que regem os veículos elétricos, cada vez mais populares nas ruas da cidade.

A equipe do Preto no Branco percorreu diferentes pontos de Cascavel e flagrou inúmeras irregularidades cometidas por condutores de veículos elétricos. Entre as infrações mais recorrentes estão avanço de sinal vermelho, excesso de passageiros, ausência de capacete e circulação em locais proibidos, como calçadas e ciclovias.

🚨 Receba as notícias em primeira mão!
Entre no nosso grupo no WhatsApp ou canal no Telegram!

“Todos os dias quando eu saio de casa preciso me cuidar. No próprio viaduto que passo, ainda não sei como não aconteceu uma tragédia. Crianças sem capacete nessas motinhos com pais irresponsáveis”, relatou o pintor Carlos Vieira.

“Eu tenho um patinete, uso para ir ao trabalho. Sei que não é obrigatório o uso do capacete, mas eu comprei porque sei que a vida é meu maior bem”, contou Rosângela Nunes, funcionária de um comércio na Avenida Carlos Gomes.

Já Noêmia Schultz, mãe de dois alunos de uma escola central, também se preocupa: “Semana passada vi três em uma scooter. Todos adolescentes, só o que conduzia estava de capacete, e eles iam ‘sambando’ pelas ruas”.

Fiscalização e autuações

A Transitar intensificou as operações de fiscalização em vias com grande circulação desses veículos, como as avenidas Carlos Gomes, Brasil e Tancredo Neves. De janeiro a outubro, cerca de 60 ciclomotores irregulares foram recolhidos ao depósito municipal. As infrações mais comuns envolvem falta de documentação, ausência de habilitação e trânsito em áreas restritas.

Segundo a autarquia, os condutores ainda tratam patinetes e ciclomotores como brinquedos, ignorando que ambos são veículos sujeitos às mesmas regras do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Paralelamente às ações punitivas, a Transitar realiza campanhas educativas, palestras e uma nova campanha midiática sobre segurança e uso correto das vias.

Para reduzir riscos, o setor de Educação de Trânsito da Transitar realiza ações educativas nas escolas e atividades de orientação em vias públicas. “Esses veículos são sustentáveis e práticos, mas isso não os isenta de cumprir as regras. O comportamento imprudente tem custado vidas e gerado preocupações crescentes”, destacou o órgão em nota.

O que diz a lei

De acordo com o CTB e as Resoluções 965/2022 e 996/2023 do Contran, os ciclomotores elétricos — veículos com motor de até 4 kW ou 50 cc equivalentes e velocidade máxima de 50 km/h — devem ser registrados e licenciados, e seus condutores precisam ter habilitação categoria A ou ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor). Também é obrigatório o uso de capacete com viseira ou óculos de proteção, além de respeitar limites de circulação e proibição de trafegar em ciclovias ou calçadas.

Os patinetes elétricos devem circular apenas em ciclovias e ciclofaixas, em vias com limite de até 40 km/h, e não podem transportar passageiros. Já as bicicletas elétricas são equiparadas às convencionais apenas quando têm motor até 350 W e velocidade máxima de 25 km/h; acima disso, passam a ser classificadas como ciclomotores, exigindo registro e habilitação.

Crescimento da frota no Paraná

O aumento de acidentes acompanha o crescimento da frota elétrica. Segundo o Detran-PR, o Paraná possui aproximadamente 1,8 milhão de motocicletas, motonetas e ciclomotores registrados — número que inclui parte significativa de veículos elétricos.

Em 2025, o órgão começou a aplicar a Ordem de Serviço 15/2024, que determina o registro obrigatório de ciclomotores elétricos no sistema nacional (Renavam). O objetivo é regularizar o uso, facilitar a fiscalização e garantir segurança jurídica aos condutores.

 

*Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos leitores e não representam a opinião do site.
Reservamo-nos o direito de aprovar ou remover comentários que considerarmos inadequados ou que violem nossas diretrizes.

Podcast

Edição impressa

Edição 297
Última edição

Edição de 24/10/2025

Publicada em 24/10/2025

🚨 Receba as notícias em primeira mão!
Entre no nosso grupo no WhatsApp ou canal no Telegram!

Usamos cookies e tecnologias para melhorar sua experiência, personalizar anúncios e recomendar conteúdos.
Ao continuar, você concorda com isso. Veja nosso novo Aviso de Privacidade em nosso Portal da Privacidade.