O espetáculo ‘Afrolatinitudes’, idealizado pela banda Mambaia (Ponta Grossa/PR) junto com o artista Rômulo André (Santarém/PA), chega à Cascavel no dia 27 de julho (domingo), às 20h, no Centro Cultural Gilberto Mayer.
A apresentação mescla música instrumental, canção, poesia e performance para refletir sobre a força da diáspora negra na América Latina e promete uma experiência sensorial única, unindo sonoridades afro-latino-americanas, lírica poética e ancestralidade. A entrada é gratuita e aberta para todas as idades. O show tem o apoio da Ligga e da Continental por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice).
‘Afrolatinitudes’ não é apenas uma apresentação musical, mas uma travessia cênico-musical que transforma o palco em encruzilhada simbólica entre o tempo, o território e a identidade. O espetáculo propõe uma escuta às heranças das oralidades negra e indígena, evocando imagens e histórias que atravessam o tempo e a memória.
“‘Afrolatinitudes’ abre caminhos para outras percepções sonoras da nossa cultura ao sublinhar a presença estruturante da música de matriz africana na música popular latino-americana”, comenta a diretora geral do projeto, Aline Garabeli. “O repertório apresenta pelo menos 10 ritmos de matriz africana que servem de guia para o público realizar um mergulho na diversidade musical afro-latina”, explica o diretor musical Fernando Bertani.
Estética e sonoridade
A proposta estética que engloba cenário, figurino e design é inspirada na obra do artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), ex-marinheiro internado em diversas instituições psiquiátricas e responsável pela criação de peças de diferentes técnicas ligadas à espiritualidade e à memória; e no pensamento do poeta Cuti, referência na literatura negra brasileira.
A instrumentação é acompanhada por intervenções performáticas de Rômulo André, que assina também como diretor artístico do projeto e cuja atuação transita entre o canto, a poesia e o corpo em cena.
A narrativa sonora do show convida o público a uma imersão poética guiada pelas composições originais da Mambaia, disponíveis no álbum ‘Terceira Margem’. Além de músicas como ‘Aluvião, ‘Leve Canoa’, ‘Tacuari’ e ‘Sanga’, a apresentação também conta com releituras de obras brasileiras marcante, como ‘Noite de Temporal’ (Dorival Caymmi) e ‘Adupé Obaluaê’ (Zé Manoel), e o canto tradicional ‘Três Fogos’.
Para Rafaela Prestes, coordenadora do projeto, a iniciativa é importante para a disseminação de diferentes estilos musicais. “’Afrolatinitudes’ é um convite para repensar o presente a partir de diferentes vozes e ritmos. A força da arte negra e indígena está justamente na capacidade de gerar encontros e resistência em criação. É isso que queremos proporcionar ao público: uma noite de escuta e conhecimento”, comenta.
Mambaia
A banda Mambaia une ritmos tradicionais afro-brasileiros como ijexá, agueré e maracatu ao jazz, à improvisação livre e a elementos da música popular e contemporânea. O elenco musical é formado por Simone Fernandes (percussão), Aline Garabeli (teclado), Eric Santana (bateria), Fernando Bertani (guitarra e percussão), Felipe Oliveira (baixo), Fábio de Souza (trompete e flugelhorn), Anthonny Felipe (sax tenor) e Nicolas Salazar (sax barítono). A cenografia do espetáculo é assinada por Eliete Marochi e o design gráfico por Letícia Kossatz. O projeto tem produção executiva de Eduardo Godoy.
‘Afrolatinitudes’ é um projeto aprovado pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com parceria da Secretaria Municipal de Cultura e Esportes de Cascavel e apoio da Ligga e Continental. A realização é da Mambaia Afrobeat, com coprodução da Estratégia Projetos Criativos e Inspire Projetos Criativos.
