O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,07% em agosto em Curitiba e Região Metropolitana, segundo dados divulgados pelo IBGE. No cenário nacional, a queda foi ligeiramente maior, de 0,11%, influenciada principalmente pela redução na tarifa de energia elétrica residencial, resultado da incorporação do Bônus de Itaipu nas contas do mês.
O grupo alimentação e bebidas, que tem maior peso no índice, também contribuiu para a retração. A alimentação no domicílio caiu 0,83%, após já ter mostrado desaceleração em julho.
O assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, explica que fatores externos e internos devem seguir favorecendo a trajetória de moderação. “Com a recente queda na taxa de câmbio, as tarifas adicionais dos Estados Unidos e a boa safra, os alimentos tendem a desacelerar de preços nos próximos meses”, afirma.
Apesar da deflação no mês, a inflação acumulada em 12 meses segue elevada. O IPCA chegou a 5,46% em Curitiba e Região Metropolitana, superior à média nacional, de 5,13%. O índice permanece acima do limite máximo da meta de inflação, de 4,5%, por seis meses consecutivos. “Observaremos, portanto, uma inflação oficial acima do limite em 2025, mas com perspectivas de desaceleração”, avalia Dezordi.
Itens em alta e em queda
Em agosto, entre os itens que mais subiram de preço na capital paranaense estão o melão (+36,16%), a banana d’água (+13,12%) e o gás encanado (+6,20%). No sentido oposto, além dos alimentos, a energia elétrica residencial apresentou queda de 4,01%. “A deflação da energia elétrica é pontual, mas ajudou muito para a queda do IPCA em agosto”, destaca o economista.
No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o pepino aparece como destaque de alta em Curitiba (+102,90%), seguido pelo café moído (+41,35%). Já o feijão-preto (-32,79%) e o arroz (-21,04%) registraram quedas expressivas no período.
No acumulado de 12 meses, os alimentos mais impactados pela estiagem, como café moído (+69,10%) e carnes, tiveram forte valorização, enquanto a cebola (-43,39%) e a batata-inglesa (-39,31%) apresentaram as maiores reduções.
BOLETIM DA INFLAÇÃO