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Depoimento do piloto e relatos de sobreviventes ajudam a reconstituir tragédia com balão em SC

Treze pessoas pularam do cesto antes que o balão, já em chamas e mais leve, voltasse a subir rapidamente e fosse consumido pelo fogo. Os
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Por: Jadir Zimmermann

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Depoimento do piloto e relatos de sobreviventes ajudam a reconstituir tragédia com balão em SC

Treze pessoas pularam do cesto antes que o balão, já em chamas e mais leve, voltasse a subir rapidamente e fosse consumido pelo fogo. Os oito que permaneceram não resistiram. Quatro morreram ao tentar saltar do alto e outros quatro foram carbonizados.
Balão ficou em chamas e despencou, deixando destroços
Balão ficou em chamas e despencou, deixando destroços

Com o passar das horas, detalhes do acidente com o balão que pegou fogo e caiu em Praia Grande (SC) no sábado (21) vão sendo revelados e ajudam a compor o retrato de uma das maiores tragédias recentes no turismo de aventura no Brasil. O desastre deixou oito mortos e 13 sobreviventes, e agora é alvo de investigação da Polícia Civil.

O piloto da aeronave, que sobreviveu, prestou depoimento ainda no sábado. Segundo ele, o incêndio começou na base do cesto, após o acionamento acidental de um dos maçaricos. O extintor de incêndio, segundo declarou, falhou. Ele então tentou realizar um pouso de emergência e gritou para os passageiros pularem.

Treze pessoas conseguiram escapar — algumas saltaram ainda com o balão em baixa altitude. Com o alívio de peso, o balão voltou a subir rapidamente, já tomado pelas chamas. Os oito que permaneceram não resistiram. Quatro morreram ao tentar saltar do alto e outros quatro foram carbonizados.

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A Polícia Civil já ouviu, além do piloto, cinco sobreviventes. Todos relataram momentos de pânico e tentativas desesperadas de sair do cesto. A aeronave havia decolado pouco depois das 7h da manhã e o acidente ocorreu minutos depois. O delegado-geral Ulisses Gabriel afirmou que documentos apresentados até o momento indicam que o voo tinha autorização para operar. Mesmo assim, a investigação busca confirmar se o equipamento estava em boas condições e se o clima era adequado.

A depender das conclusões, o piloto e o proprietário da empresa responsável podem ser indiciados por homicídio doloso (com intenção) ou culposo (sem intenção, mas com negligência).

As vítimas

As identidades das oito vítimas fatais foram confirmadas, e os velórios começaram a ocorrer ainda no domingo (22), em diferentes cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Entre os mortos estão:

  • Everaldo Rocha (53) e Janaína Rocha (46), de Joinville. Eles estavam com a filha no passeio; ela sobreviveu.
  • Leane Herrmann (70) e Leíse Herrmann Parizotto (37), mãe e filha, do Meio-Oeste catarinense. Leíse era médica em Blumenau.
  • Leandro Luzzi (33), patinador artístico e diretor da Federação Catarinense de Patinação, natural de Brusque.
  • Andrei Gabriel de Melo (34), médico oftalmologista de Fraiburgo.
  • Juliane Jacinta Sawicki (36), engenheira agrônoma, natural de Carlos Gomes (RS).
  • Fábio Luiz Izycki (42), namorado de Juliane. O velório dele ainda não havia sido confirmado até o fim da tarde de domingo.

Outros cinco sobreviventes chegaram a ser hospitalizados, mas foram liberados ao longo do dia. Três procuraram atendimento médico com dores nas costas, provocadas pela queda ao pularem do cesto.

Vítimas da queda de balão
Vítimas estavam em voo coletivo (Foto: Redes Sociais)

O que será investigado

A principal linha de investigação agora se concentra na análise técnica da estrutura do balão: condições do equipamento, data de fabricação, manutenção, histórico de uso e o funcionamento do sistema de segurança, incluindo os extintores.

A empresa responsável pelo voo ainda não se pronunciou oficialmente. O Ministério Público e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também devem ser acionados. Em paralelo, imagens gravadas por testemunhas e vídeos feitos por passageiros serão usados para montar a cronologia do acidente.

A tragédia levanta questionamentos sobre a regulamentação e fiscalização do turismo de aventura no país, especialmente em passeios com alto risco, como o balonismo.

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