Deputado Goura (PDT) propõe criação do Dia dos Pais e Mães Surdos e da Semana das Filhas e Filhos de Pais Surdos no Paraná

Dois projetos de lei protocolados pelo deputado estadual Goura (PDT) propõem incluir no calendário oficial do Paraná datas dedicadas às famílias forma...

Deputado Goura (PDT) propõe criação do Dia dos Pais e Mães Surdos e da Semana das Filhas e Filhos de Pais Surdos no Paraná

Dois projetos de lei protocolados pelo deputado estadual Goura (PDT) propõem incluir no calendário oficial do Paraná datas dedicadas às famílias forma...
Deputado Goura (PDT) propõe criação do Dia dos Pais e Mães Surdos e da Semana das Filhas e Filhos de Pais Surdos no Paraná

Dois projetos de lei protocolados pelo deputado estadual Goura (PDT) propõem incluir no calendário oficial do Paraná datas dedicadas às famílias formadas por pais e mães surdos e filhos ouvintes, os chamados CODAs – Children of Deaf Adults.

O projeto de lei 514/2025 institui o “Dia dos Pais e Mães Surdos – CODAs” no calendário oficial, e dispõe sobre diretrizes para o reconhecimento e apoio aos filhos ouvintes de pais e mães surdos a ser celebrado anualmente no último domingo de abril. 

O projeto de lei 515/2025 institui a “Semana das Filhas e Filhos de Pais Surdos – CODAs”, a ser celebrada anualmente na primeira semana de novembro, e estabelece diretrizes para valorização, conscientização e apoio a esses indivíduos.

Ambos os projetos foram protocolados no dia 8 de julho de 2025 e agora seguem para tramitação na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Reconhecimento e visibilidade

“Essas propostas visam o reconhecimento público, a valorização cultural e a inclusão social das realidadesdessas famílias que ainda são pouco visibilizadas e, de certa forma, até discriminadas”, destaca o deputado Goura.

O PL que cria o Dia dos Pais e Mães Surdos de filhos ouvintes reconhece a contribuição da parentalidade surda na formação de filhos que crescem em contextos bilíngues e biculturais. 

“Queremos prestar essa homenagem para esses pais e mães surdos de filhos ouvintes, que desde cedo atuam como pontes de comunicação entre o mundo surdo e o ouvinte”, destaca Goura.

Comunidade surda

Para a presidente da ASC (Associação dos Surdos deCuritiba), Celma Gomes Assis, surda, psicóloga e professora de Libras, é fundamental destacar a falta de intérpretes de Libras que realizem a tradução da comunicação com os pais surdos, o que muitas vezes transfere essa responsabilidade para as crianças CODA.

“Devemos promover iniciativas de conscientização sobre a experiência dos CODA e os desafios que essas famílias enfrentam. Além disso, é importante incentivar políticas públicas que promovam o bem-estar social, psicológico, educacional e cultural das crianças CODA”, afirma Celma. 

Promover e conscientizar 

Sobre a criação da Semana das Filhas e Filhos de Pais Surdos – CODAs, o deputado explica que o PL tem como objetivo promover ações educativas, oficinas culturais e campanhas de conscientização sobre os desafios e singularidades que marcam essas vivências familiares.

“Os filhos ouvintes de pais e mães surdos vivem desde cedo o bilinguismo e a interculturalidade. Eles não são apenas parte da família, são ponte e conexão entre dois mundos. Também são sujeitos com identidade própria e precisam ser vistos”, afirma Goura. 

A intenção também é provocar o poder público a criar políticas específicas de apoio a essas famílias. “Muitas vezes, são crianças e jovens que atuam como intérpretes em diversos contextos sem qualquer tipo de suporte institucional.” 

“Estamos falando de filhos que, aos sete ou oito anos, já assumem tarefas que deveriam ser responsabilidade do Estado. Traduzem laudos, explicam boletins escolares, intermediam atendimentos médicos. Isso precisa mudar”, alerta Goura. 

Movimento nacional

A criação das datas acompanha movimentos nacionais que vêm buscando dar visibilidade à parentalidade surda e às experiências dos filhos ouvintes. Para o deputado, reconhecer essa realidade no calendário oficial é uma forma simbólica e prática de afirmar a existência e os direitos dessas famílias.

“A parentalidade surda é ainda invisível para muitas instituições. Mas existe, educa, transforma. É hora de dar nome, tempo e espaço para essa realidade”, conclui Goura.

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