Uma mulher de 56 anos foi brutalmente assassinada a facadas na tarde desta segunda-feira (4) no bairro Figueira, em Gaspar, no Vale do Itajaí. O crime, tratado como feminicídio, ocorreu na rua Olga Bohn e mobiliza um cerco policial na região. Segundo apurado pelo Jornal Razão com exclusividade, o autor do crime fugiu em direção a uma área de mata e arrozeiras logo após o ataque. Buscas estão sendo realizadas pela Polícia Militar de Gaspar com apoio do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) de Blumenau.

Dalva Paterno da Silva, de 56 anos, foi brutalmente assassinada a facadas na tarde desta segunda-feira (4), dentro de casa, no bairro Figueira, em Gaspar, no Vale do Itajaí. O autor do crime é seu ex-companheiro, Antonio Marcos da Silva, de 55 anos, que já havia sido alvo de vários boletins de ocorrência por ameaça, violência doméstica e descumprimento de medidas protetivas. Mesmo com histórico criminal, ele estava em liberdade.

Dalva havia registrado pelo menos cinco boletins de ocorrência contra Antonio. Em setembro e outubro de 2024, ela o denunciou por descumprimento de medida protetiva de urgência, ameaça e violência contra ela e contra menores. Em 2025, voltou à delegacia em 30 de julho, apenas cinco dias antes do crime, para relatar nova ameaça.

No entanto, nesta segunda-feira, ele retornou à residência e atacou Dalva com uma faca. O crime ocorreu em plena luz do dia. Vizinhos ouviram gritos desesperados vindo da casa e acionaram o socorro.

Testemunhas relataram que o homem, que teria relação próxima com a vítima, cometeu o crime em plena luz do dia e escapou rapidamente pela vegetação densa da área. O Corpo de Bombeiros, o SAMU e a equipe da Polícia Científica foram acionados e estão no local realizando os primeiros levantamentos periciais. O nome da vítima ainda não foi oficialmente divulgado pelas autoridades.

A cena do crime é de forte comoção. Vizinhos relataram gritos e tentativas desesperadas de socorro. A Polícia Civil já assumiu a investigação e trabalha para localizar e prender o autor o mais rápido possível. Informações preliminares apontam que a motivação pode estar ligada a um histórico de violência doméstica, mas essa hipótese ainda está sendo apurada.

Série de mortes

O caso em Gaspar engrossa uma triste sequência de assassinatos de mulheres ocorridos em Santa Catarina nos últimos dias. Só na última semana, pelo menos cinco mulheres foram mortas em crimes marcados por brutalidade e motivados, em sua maioria, por relações abusivas e controle emocional.

No sábado (2), Florianópolis foi palco de um crime chocante: um jovem confessou ter matado a própria mãe, alegando que o fez por vingança após ser diagnosticado com autismo. Segundo ele, o assassinato foi premeditado como uma forma de “libertação” do que descreveu como um ambiente de controle psicológico.

Na sexta-feira (1º), a jovem Giovanna Schmidhauser Schwarzbach, de apenas 23 anos, foi morta com um tiro no peito em Bombinhas, Litoral Norte. A investigação segue sob sigilo, mas há suspeitas de que o crime envolva manipulação da cena e falhas graves no atendimento inicial.

Um dia antes, em Rio do Sul, Sandra Raquel Nolli, de 51 anos, foi encontrada morta dentro de casa, com um tiro de arma de fogo. O principal suspeito, seu ex-companheiro, foi preso em Pato Branco (PR) horas depois, numa ação integrada das polícias de SC e PR.

Na quarta-feira (30), Tatiane Kurth Cipriani, de 24 anos, foi assassinada a facadas pelo próprio marido dentro do quarto do casal, em Rodeio. Após o crime, o homem tirou a própria vida com um tiro de espingarda. O caso só foi descoberto porque o agressor enviou fotos do corpo de Tatiane ao cunhado, via WhatsApp.

Em Penha, na terça-feira (29), a empresária Rosimary Martins, de 59 anos, foi encontrada morta dentro de casa. Seu companheiro, Reni Dirceu Ribeiro, foi preso em São José. Ele já tinha passagens por violência doméstica e havia sido denunciado anteriormente por ameaças com faca.