Por Carina Walker
Apesar de parecerem sinônimos, informação e comunicação possuem diferenças que, quando ignoradas, neutralizam o grande potencial que a segunda tem de gerar resultados e transformar pessoas e empresas.
A informação possui característica unidirecional. Há uma entrega, mas não uma troca.
O site da maioria das empresas é informacional: o usuário o acessa e se informa.
Os seus cooperados ou acionistas conhecem os números da sua cooperativa ou companhia?
Sim, os dados estão todos no relatório anual, publicado no site da empresa.
Mas será que eles conhecem efetivamente??
A empresa criou um programa interno incrível e divulgou intensamente entre os colaboradores: comunicados, vídeos, enquetes, formulários. Todos foram vigorosamente informados.
Mas como saber se eles entenderam o propósito do programa?
Quando percebemos que informar não é suficiente para que a mensagem seja assimilada, isso muda o jogo.
Pois é aqui que entra a Comunicação.
Insumos de valor
A Comunicação, em sentido amplo, é um processo bidirecional ou multidirecional. Ela pressupõe que haja um interlocutor, portanto, vai muito além de emitir informações, mas requer principalmente escutar.
Grandes empresas já compreenderam que ouvir o seu público equivale a captar insumos de alto valor para a tomada de decisões.
É exemplo a Vulcabras, que alavancou a venda de produtos da marca Olympikus depois que deu ouvidos a quem mais usa os seus produtos: os atletas.
A empresa criou uma comunidade de pessoas adeptas à corrida, as quais participaram da criação do tênis de corrida chamado “Corre” – em um processo de cocriação que gerou um case de sucesso fantástico para a companhia.
O CMO da empresa, Marcio Callage, afirmou que a partir do momento em que a Vulcabras passou a prestar atenção nas manifestações do público (nas redes sociais, reviews, etc) ficou fácil lançar o próximo modelo de tênis, pois as pessoas da comunidade dizem exatamente como elas querem que ele seja. “É engraçado porque quando lançamos um novo modelo da Olympikus os clientes comentam ‘Que incrível, parece que leram meu pensamento’”, afirma Callage.
Porém, não é adivinhação, é comunicação.
A partir do novo posicionamento, a marca Olympikus saiu de um produto de passeio, para um tênis de alta tecnologia usado por atletas profissionais nas principais corridas do país.
Em três anos se tornou a marca mais usada na Maratona de São Paulo e de Porto Alegre em 2024, foi destaque na pesquisa MindMiners 2024 e foi o tênis mais usado pelos brasileiros no aplicativo Strava em 2023 e 2024.
Foi dessa forma que a Olympikus ganhou mais do que clientes, mas admiradores da marca.
Mude o jogo
Hoje, na sua empresa, vocês estão falando “com” os seus clientes ou “para” os seus clientes?
As opiniões dos clientes estão nas redes sociais, no SAC, em caixas de sugestões, em conversas francas ou mesmo em pesquisas de satisfação.
Adotar um Plano de Comunicação que contemple esses insumos pode mudar o jogo para a sua empresa, como mudou para a marca Olympikus. Pense nisso.
Sucesso a todos!