As ações desenvolvidas pelo Governo do Estado no enfrentamento dos casos de intoxicação por metanol foram apresentadas nesta quarta-feira (15) durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná.
O Paraná já confirmou quatro casos, todos de Curitiba. Dois pacientes de 71 e 36 anos já receberam alta e dois seguem internados na Capital. Destes, uma mulher de 41 anos, está em estado grave mas estável, e um homem de 60 anos, permanece estável e apresentando melhoras. Ao todo, o Paraná já registrou 17 notificações, sendo quatro casos confirmados, 12 descartados e um óbito ainda em investigação. Nesta quarta a pasta descartou um caso suspeito de Piraquara, de um homem de 41 anos.
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) também divulgou a suspeita de um óbito após intoxicação por metanol. Trata-se de um homem de 59 anos, residente de Foz do Iguaçu, no Oeste. Ele deu entrada em uma UPA da cidade na terça-feira (14) com histórico de ingestão de bebida alcoólica e evoluiu a óbito ainda no pronto atendimento. Foi realizada coleta de material para análise laboratorial e a Sesa aguarda o resultado.
O secretário de Saúde em exercício, César Neves, relatou as ações realizadas no Paraná desde a informação divulgada pela Polícia Federal de casos no estado de São Paulo. Na ocasião, a Sesa já criou um comitê interno para analisar a situação, fazer o levantamento de quantas doses de etanol 99%, antídoto usado no tratamento, havia no estado e estabeleceu reuniões com o Ministério da Saúde para alinhar a forma de fornecimento de antídotos para os estados.
No dia 1º de outubro, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também emitiu uma Nota Técnica sobre os casos envolvendo intoxicação por metanol para as Regionais de Saúde chamando a atenção sobre monitoramento e necessidade de alerta compulsório. O Paraná conta com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), que auxilia os profissionais de saúde para o atendimento.
“Fomos acompanhando a evolução dos casos e desde o começo, em reunião com o Ministério da Saúde, eles acataram nossa sugestão de enviar o antídoto a partir das comprovação clínica da comprovação da ingestão de bebida alcoólica. Esse processo contribuiu para que o medicamento chegasse mais rápido ao estado e aplicado naqueles casos confirmados pelo exame laboratorial”, disse Neves.
O secretário em exercício destacou também a parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública que, a cada caso notificado, realiza a apuração para ver a origem do produto consumido e também na parceria com a Polícia Científica para a realização dos exames laboratoriais para o diagnóstico da intoxicação.
O chefe do Laboratório de Toxicologia Forense da Polícia Científica do Paraná, Jefté Teixeira da Silva, falou da atuação do laboratório e da parceria com a Sesa para a realização dos exames. “As amostras identificadas como suspeitas pela Sesa são enviadas ao laboratório de toxicológica e buscamos a resposta o mais breve possível. A parceria com a Sesa envolve todos os casos em que há suspeita de intoxicação por metanol. Estamos fazendo a análise confirmatória e fornecendo os dados à Sesa”, relatou.
Os peritos analisam amostras suspeitas na Seção de Química Forense, usando métodos avançados de laboratório que permitem identificar se há substâncias tóxicas ou se a bebida foi falsificada de forma sofisticada. Estes testes ajudam a proteger a população e evitar que novos produtos irregulares cheguem ao consumidor.
O laboratório se consolidou como referência na análise de álcoois em amostras biológicas de interesse pericial. Nos últimos anos, ele se destacou em quatro rodadas de ensaios de proficiência em alcoolemia promovidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), comprovando a confiabilidade e precisão dos resultados produzidos pela equipe técnica.
REUNIÃO – Proposta pelo deputado Luiz Fernando Guerra, presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa, a audiência reuniu deputados e representantes do Poder Executivo, da indústria, do comércio e de universidades em um importante debate sobre a grave crise de saúde pública causada pelos recentes casos de contaminação por metanol no Paraná e em outros estados brasileiros.
Além dos deputados, participaram do encontro representantes da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Instituto Brasileiro da Cachaça, Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja e prefeitura de Curitiba.
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