Exército: desarmado de moral e responsabilidade

O Exército Brasileiro precisa urgentemente de uma reforma estrutural que ataque tanto a fragilidade operacional quanto os privilégios históricos

Exército: desarmado de moral e responsabilidade

O Exército Brasileiro precisa urgentemente de uma reforma estrutural que ataque tanto a fragilidade operacional quanto os privilégios históricos

O furto de nove pistolas no quartel do Exército em Cascavel é um retrato emblemático de uma instituição que deveria zelar pela segurança e integridade da nação, mas que, nos últimos tempos, tem episódios acumulados de fragilidade e desonra. A recuperação das armas não elimina a gravidade de uma falha que expõe não apenas a vulnerabilidade física das instalações militares, mas também a decadência de valores que deveriam nortear uma força armada.

O ocorrido em Cascavel não é um caso isolado. Episódios como o furto de capturas do Arsenal de Guerra em Barueri, em 2023, desnudam um padrão preocupante: estruturas que deveriam ser intransponíveis sendo violadas de dentro para fora. Quando as armas saem de quarteis pelas mãos de criminosos — provavelmente com a cumplicidade de militares —, não apenas o Exército, mas toda a sociedade é colocada em risco.

O cenário se agrava com a revelação de um plano envolvendo oficiais de alta patente para assassinar o presidente recém-eleito Lula em 2022. Um caso que transcende o campo da criminalidade comum e adentra o terreno do mais puro golpismo. São militares que traíram sua missão constitucional e planejaram não apenas a morte de líderes democraticamente eleitos, mas o colapso das instituições republicanas.

A crise do Exército se conecta a um modelo de gestão financeira que, por décadas, permitiu funções desproporcionais em relação ao restante do serviço público. Enquanto outras categorias enfrentam sucessivas reformas e cortes, as Forças Armadas mantiveram um sistema previdenciário aumentado, com gastos que chegaram a R$ 58,8 bilhões em 2023.

O recente acordo para revisar as regras previdenciárias dos militares ainda é tímido diante da dimensão do problema. Embora cortes afetem áreas essenciais como saúde e educação, o orçamento das Forças Armadas permanece intocado em muitos aspectos, alimentando uma estrutura dispendiosa que pouco retorna à sociedade.

O Exército Brasileiro precisa urgentemente de uma reforma estrutural que ataque tanto a fragilidade operacional quanto os privilégios históricos. Sem isso, continuará sendo não apenas um peso no orçamento da União, mas também uma ameaça à estabilidade institucional do país. É hora de desarmar os privilégios, resgatar os valores e reerguer uma força que deve estar a serviço da nação — e não o contrário.

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