Foi inaugurada nesta segunda-feira (7), no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa do Paraná, uma exposição fotográfica sobre o luto parental. A mostra, realizada em parceria com a associação Dando Voz ao Coração, reúne imagens doadas por famílias que enfrentaram a perda de filhos. A iniciativa, alusiva ao Julho Âmbar e apoiada pelo deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD), busca sensibilizar a sociedade para a dor silenciosa vivida por pais e mães enlutados, dando visibilidade a um tema que ainda é marcado pelo tabu. A exposição estará disponível até sexta-feira (11).

Segundo o deputado Romanelli, a exposição surgiu a partir de uma demanda apresentada por Fernanda Góss Braga, fundadora da associação e defensora da causa. “Felizmente, hoje já temos uma lei estadual, e também uma lei federal, que tratam do luto parental, mas ainda é preciso humanizar esse processo. As pessoas não são só estatísticas, são vidas, são histórias. Essa exposição é uma forma de respeitar e dar visibilidade a esse momento tão doloroso, especialmente das mães que perdem seus filhos ainda pequenos”, afirmou o parlamentar.

Fernanda Braga reforçou a importância de iniciativas como essa para romper o silêncio em torno do luto parental. “A sociedade tende a achar que, com o tempo, o sofrimento passa, mas o filho continua vivo no coração daquela família. Às vezes, o que esses pais precisam é apenas alguém que escute, que acolha, sem julgamentos”, destacou. A ativista também agradeceu ao deputado Romanelli por ter aberto espaço na Assembleia para o movimento. As fotografias expostas foram cedidas por famílias que viveram essa dor, muitas delas da própria associação, e representam não apenas os filhos ausentes, mas também os sentimentos que permanecem. A curadoria do evento é assinada por Kátia Velo.

Roberta Lopes Guiso, mãe de Isabel, que faleceu com apenas um ano e treze dias, em 2022, participou do evento e também contribuiu com a exposição. “Para mim, é manter viva a memória da minha filha. A sociedade não está preparada para falar sobre o luto, e o silêncio machuca ainda mais. Poder dar voz a isso é muito significativo”, afirmou Roberta.

Roda de conversa

A abordagem ao luto parental segue na Assembleia e, na quinta-feira (10), às 15 horas, no Salão Nobre, será realizada uma edição do Café das Estrelas, uma roda de conversa segura e exclusiva para mães e pais enlutados. “Será um espaço de escuta sem julgamento, onde esses pais podem falar livremente sobre seus filhos que partiram”, reforça Romanelli.

Julho Âmbar

O Julho Âmbar é um movimento internacional que busca dar visibilidade ao luto parental, quebrando o silêncio que frequentemente cerca essa dor. A cor âmbar foi escolhida como símbolo de memória, respeito e amor eterno, e inspira iniciativas como a exposição realizada no Parlamento, que une arte, empatia e escuta.

De autoria de Romanelli no Paraná, o mês de conscientização foi instituído no Estado pela Lei nº 22.331/2025, sancionada em abril deste ano. A nível federal, a Lei nº 15.139/2025 foi sancionada em maio e cria a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental.