.

Ladir Salvi: quase 60 anos de dedicação ao vôlei e o sonho de voltar às quadras

Ícone do vôlei em Cascavel, o professor projeta retorno com novo time

Ladir Salvi: quase 60 anos de dedicação ao vôlei e o sonho de voltar às quadras

Ícone do vôlei em Cascavel, o professor projeta retorno com novo time

Quando se fala em voleibol em Cascavel, no Paraná e até em alguns cantos da Europa, um nome é sempre lembrado com respeito: professor Ladir Salvi, o Padre como é carinhosamente chamado. Com quase 60 anos dedicados ao vôlei, sendo quase 50 deles em Cascavel, ele participou do podcast De Olho no Esporte e revisitou capítulos marcantes da sua trajetória, falou sobre conquistas, frustrações, e compartilhou o desejo de voltar às quadras. Com um currículo repleto de títulos e experiências internacionais, Salvi é um símbolo vivo da modalidade no Oeste do Paraná.

A chegada a Cascavel

Salvi chegou à Cascavel em fevereiro de 1976, logo após concluir o curso de Educação Física. “Na época, quase não havia quadras. Havia uma no Colégio Marista, uma na Praça Wilson Joffre e outra no Country Clube, embaixo do bambuzal. E era asfalto puro”, conta. Mesmo com estrutura precária, formou times, treinou gerações e colocou Cascavel no mapa do voleibol nacional. Nos Jogos Escolares de 1980, enfrentou Curitiba na final, perdendo o título, mas mostrando a força de uma cidade do interior. “Aquela seleção era forte. Fomos invictos até a final”, diz.

🚨 Receba as notícias em primeira mão!
Entre no nosso grupo no WhatsApp ou canal no Telegram!

O ápice veio no final da década de 1990, quando Cascavel chegou à Superliga A, a elite do vôlei brasileiro. Em 1999/2000, enfrentaram o Rexona, do técnico Bernardinho, e chegaram a disputar um set por 29 a 27 contra uma equipe com atletas estrangeiras. “Nosso time era competitivo. Perguntaram se era de São Paulo. Dissemos: ‘Não, é de Cascavel’. Faltou apoio? Não. Faltou dinheiro mesmo”, recorda.

Do Brasil a Portugal: a conquista internacional

Em 1995, o então técnico da Cocamar de Maringá, conhecido como Dema, foi convidado a treinar uma equipe em Portugal. Impossibilitado de aceitar, sugeriu o nome de Salvi, que recebeu a notícia de que embarcaria em poucos dias. “Foi uma loucura. Eu tinha até o dia 16 para ir. Cheguei tarde no campeonato, com o time em má fase, mas conseguimos virar o jogo. Reorganizei a equipe, mudei algumas peças, e no fim, fomos campeões portugueses. Uma experiência magnífica que me traz boas lembranças”, relembra. Na equipe portuguesa, Salvi encontrou oito brasileiros e quatro atletas locais. Em pouco tempo, o trabalho técnico e a liderança do cascavelense mudaram a história daquela temporada.

Troféu do título em Portugal

Novo projeto e sonho de voltar

Afastado atualmente, Salvi já prepara um novo projeto para retornar às quadras. Ele pretende participar do chamamento público em setembro para comandar uma equipe novamente. “Tenho saúde, energia e conhecimento. Técnica não é só repetir o que vê na internet, é saber corrigir fundamento. Técnico que não sabe fazer isso, tem que pendurar a prancheta”, dispara.
Ele também defende a formação de uma comissão técnica capacitada, destacando que “andorinha sozinha não faz verão”. Para Salvi, Cascavel tem público, tem talento, só precisa de investimento do empresariado. “O ginásio estava sempre cheio na Liga B. A torcida gosta de vôlei, apoia. Falta o empresariado acreditar e investir.”

Arena Multiuso

Além de pensar no retorno às quadras, Salvi levanta uma antiga bandeira: a construção de uma arena multiuso em Cascavel. Quando atuou como secretário municipal, chegou a montar um projeto com essa proposta. “Não dá para aceitar que uma cidade do porte de Cascavel ainda não tenha uma arena moderna. Isso trava o desenvolvimento do esporte”, afirma. Ele acredita que o problema não é financeiro, e sim político. “Dinheiro tem. Falta vontade. Uma arena multiuso serviria para vôlei, basquete, futsal e grandes eventos.

Compromisso com a cidade

Ladir Salvi coleciona títulos e histórias que se confundem com o próprio desenvolvimento do esporte cascavelense. Com quase cinco décadas em Cascavel, ele reconhece que a cidade é parte da sua identidade. “Cascavel é meu coração. É exemplo para o Brasil. Aqui encontrei espaço para crescer, formar atletas e sonhar alto. Agora, quero voltar para devolver mais um pouco do que essa cidade me deu. ” Seja com bandeiras em mãos, quadras improvisadas ou arenas modernas, o vôlei de Cascavel tem em Ladir Salvi seu maior símbolo. E, aos 73 anos, ele mostra que ainda tem muito a entregar. Sim nós temos que respeitar o Padre!!

*Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos leitores e não representam a opinião do site.
Reservamo-nos o direito de aprovar ou remover comentários que considerarmos inadequados ou que violem nossas diretrizes.

Podcast

Podcast

Edição impressa

Edição 284
Última edição

Edição de 25/07/2025

Publicada em 25/07/2025

Edição impressa

Edição 284
Última edição

Edição de 25/07/2025

Publicada em 25/07/2025

Usamos cookies e tecnologias para melhorar sua experiência, personalizar anúncios e recomendar conteúdos.
Ao continuar, você concorda com isso. Veja nosso novo Aviso de Privacidade em nosso Portal da Privacidade.