O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), em Porto Alegre, aos 88 anos. Ele estava internado desde 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento, com pneumonia, e faleceu às 0h40.
Filho do também escritor Erico Verissimo, nasceu em 26 de setembro de 1936. Embora apaixonado pelo jazz e pelo saxofone, foi com as palavras que conquistou milhões de leitores, criando personagens icônicos como o Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté, as tirinhas As Cobras e o detetive Ed Mort.
Trajetória literária e humor refinado
Ao longo da carreira, Verissimo lançou mais de 70 livros — seis deles romances — e vendeu mais de 5 milhões de exemplares em 15 países. Dono de uma ironia fina, transitava entre política, cotidiano e filosofia, mantendo colunas em veículos como O Globo, Estado de S. Paulo e Zero Hora.
Iniciou sua trajetória no jornalismo em Porto Alegre, em 1969, quando assumiu o posto de cronista. Nos anos 1970, também brilhou como cartunista, driblando a censura com a tira As Cobras.
Obras marcantes
Entre seus livros, destacam-se O Analista de Bagé (1980), que virou peça, filme e série, e o romance O Clube dos Anjos (1998), considerado por ele o mais bem acabado. Outras criações também ganharam as telas, como a série televisiva A Comédia da Vida Privada.
Apesar do prestígio, Verissimo afirmava não escrever por prazer. “Bom não é escrever, mas ter escrito”, dizia. Na música, porém, encontrava alegria constante, mantendo bandas de jazz até os últimos anos.

Paixões e despedida
Casado desde 1963 com Lucia, teve três filhos: Mariana, Fernanda e Pedro. Em 2008, celebrou a chegada da neta Lucinda, torcendo pelo Internacional de Porto Alegre e pelo Botafogo no Rio.
Nos últimos anos enfrentou problemas de saúde, como câncer, AVC, mal de Parkinson e complicações cardíacas. Deixa a esposa, os filhos e uma legião de leitores órfãos de seu humor e talento.