Por "incitar a insurreição", a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (13), o impeachment do presidente Donald Trump pela segunda vez, a sete dias do fim de seu mandato. Esta é primeira vez da história do país que um presidente sofre dois impeachments. O primeiro foi em 2019, quando a Câmara aprovou o impeachment, mas o Senado, de maioria republicana, o absolveu, sem destituí-lo.
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O processo agora segue mais uma vez para julgamento no Senado, mas o momento ainda é incerto porque a Casa ainda está em recesso. O gabinete de Mitch McConnell, líder da maioria republicana, notificou os democratas de que ele não concorda com seu pedido de usar poderes de emergência para convocar os senadores de volta à sessão antes de terça-feira (19).
Isso significa que um julgamento para a destituição de Trump provavelmente não terá início até a véspera da posse de Joe Biden, no dia 20. McConnell disse hoje que ainda não se decidiu como irá votar sobre o impeachment do presidente, sem descartar a possibilidade de votar a favor.
É a segunda vez em menos de 13 meses que a Câmara dos Deputados, dominada pelo Partido Democrata, tenta remover Trump do cargo. Na primeira vez, o processo não avançou no Senado, que ainda é controlado por republicanos. Os democratas, porém, assumirão a maioria na terça-feira.
Após anos de apoio quase unânime a Trump, os deputados republicanos estavam dividos hoje. A condenação mais contundente veio da deputada Liz Cheney (filha do ex-vice-presidente americano Dick Cheney), a número três do Partido Republicano na Câmara, que disse que "nunca houve uma traição maior por parte de um presidente dos Estados Unidos". O anúncio dela deu o tom do argumento dos outros republicanos que quebraram as fileiras e se juntaram ao esforço para remover Trump do cargo.
A decisão de seguir em frente com o processo veio depois que o vice-presidente Mike Pence se recusou, na terça-feira, em uma carta enviada a Pelosi, a destituir o presidente de seus poderes usando a 25ª Emenda à Constituição. O artigo de impeachment que os democratas apresentaram na segunda-feira responsabilizou Trump por seu papel em inflamar uma multidão de seus apoiadores extremistas que invadiram o Capitólio na semana passada, deixando ao menos cinco mortos, invadindo escritórios de legisladores e roubando propriedade federal.
O artigo de impeachment também invoca a 14ª Emenda, potencialmente proibindo Trump de ocupar o cargo no futuro se ele for condenado pelo Senado. Sua ineligibilidade, porém, precisa ser aprovada em uma segunda votação no Senado, que requer apenas uma maioria simples dos votos.
O impeachment foi aprovado na Câmara com facilidade, porque o controle da Casa ainda é dos democratas. No Senado, no entanto, o processo não deve avançar. Para aprovação são necessários dois terços dos votos da casa, ou 67 senadores. Hoje, os democratas precisariam do apoio de 17 senadores republicanos. Até agora, nenhum senador do partido de Trump apoiou abertamente o impeachment, apesar de alguns defenderem sua renúncia ou afastamento.
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