O ambiente político de Cascavel ficou agitado no final de semana, mas não envolvendo candidatos do momento. O ex-deputado federal Evandro Roman (PP) abriu literalmente a “caixa de ferramentas” e teceu críticas e denúncias graves contra o prefeito Leonaldo Paranhos (PL). As denúncias aconteceram em entrevista que Roman concedeu ao comunicador Sérgio Ricardo, no podcast “Por Trás da Notícia”, na Gazeta do Paraná. Entre outras coisas, Roman acusou Paranhos de ser o prefeito mais corrupto da história de Cascavel.
Em outro trecho da entrevista, Roman disse que decidiu romper a sua relação política com Paranhos em 2019, depois que descobriu o que descreveu como "roubalheira" na administração de Cascavel. Disse que se candidatou a prefeito em 2020 para deixar claro que não compactuava com o que chamou de “quadrilha”.
No entendimento de Evandro Roman, Paranhos está apostando tudo na eleição de Renato Silva (PL) para a prefeitura, como forma de se proteger. Segundo ele, se Renato não vencer as eleições, Paranhos irá para a cadeia. “Ele só se safa se o Renato vencer”, disse. Contudo, Roman não deixou claro qual seria a relação do atual vice-prefeito com as denúncias contra Paranhos.
Evandro Roman também manifestou estranhamento no aumento patrimonial de Paranhos e sua filha. Roman revelou que, em sua primeira eleição, Paranhos declarou ter um patrimônio de R$ 414 mil, que, em 2020, havia saltado para R$ 1,7 milhão. Mais recentemente, Roman afirma que esse valor chegou a R$ 17 milhões, incluindo os bens de sua família, um crescimento de 3.636%.
O ex-deputado também trouxe à tona suspeitas sobre uma viagem de Paranhos a Dubai, cujas despesas o prefeito sempre indicava que teriam sido custeadas por ele mesmo. Roman disse que os custos da viagem saíram dos cofres da Fundetec (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Evandro Roman afirmou que está reunindo documentos para comprovar que 70 terrenos do loteamento Bella Casa & Okada são de propriedade de Paranhos.
Outra suspeita levantada por Roman na entrevista é a respeito do IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Cascavel). Ele questionou o motivo que levou à saída do antigo diretor o IPMC e perguntou onde estão aplicados R$ 350 milhões do Instituto.
Grave denúncia feita por Roman aponta que o prefeito Leonaldo Paranhos recebe todo mês R$ 100 mil da empresa que realiza o transporte escolar no município.
Alertado por Sergio Ricardo que as denúncias eram graves, Evandro Roman foi categórico em afirmar que tem como provar tudo e alertou para não lhe trucar, pois as próprias pessoas envolvidas estariam no limite.
No final da entrevista Evandro Roman disse que não está apresentando tudo o que possui de documentos que comprometem o prefeito Leonaldo Paranhos. Citou questões como lombadas e a compra de ônibus para o transporte público de Cascavel, alegando que os veículos não atenderam às exigências do edital de licitação e que o processo foi manipulado para mascarar essas falhas.
Por outro lado, o comunicador Sérgio Ricardo publicou um desafio a Evandro Roman para ele provar o que escreveu em grupos de mensagem, de que a entrevista não seria divulgada em troca de R$ 500 mil. O podcast foi ao ar na manhã de sábado (14), sem cortes, desmentindo as insinuações de Roman.
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