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Gravação expõe esquema de coação política e irregularidades na campanha de Dinho Maraskin em Santa Helena

Ação ajuizada pela coligação “Honestidade e Desenvolvimento” denuncia o uso de bens públicos e servidores em favor da campanha eleitoral de Dinho Maraskin e pede a cassação da chapa

26/09/2024 às 19h16 Atualizada em 27/09/2024 às 11h12
Por: Jadir Zimmermann
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Gravação expõe esquema de coação política e irregularidades na campanha de Dinho Maraskin em Santa Helena

Uma gravação trouxe à tona uma série de acusações graves contra o Secretário Municipal de Transportes de Santa Helena, Carlos Michiyori. O conteúdo do áudio faz parte de uma ação judicial movida pela coligação "Honestidade e Desenvolvimento", que denuncia o uso de bens públicos e servidores em favor da campanha eleitoral de Dinho Maraskin e Fabricia Bedendo, da coligação adversária "Segue em Frente Santa Helena – A Mudança Contínua”.

Além disso, o diálogo gravado levanta suspeitas sobre assédio moral e coação política praticados pelo secretário, configurando possível abuso de poder político. A ação requer a cassação das candidaturas de Dinho e Fabricia Bedendo e o afastamento imediato do secretário Carlos Michiyori de suas funções.

Coação e chantagem no ambiente de trabalho

A gravação anexada ao processo revela um diálogo entre Carlos Michiyori e Laine Terezinha Rockembach, funcionária terceirizada da Prefeitura. Durante 48 minutos de conversa, Michiyori teria pressionado Laine a rever seu apoio político, tentando persuadi-la a não apoiar a candidatura da oposição.

No decorrer da conversa, Michiyori alegou ser próximo de delegados e promotores, insinuando que essa proximidade garantiria que qualquer investigação contra a candidata a vice-prefeita de sua coligação, Fabricia Bedendo, não resultaria em nada. O secretário vai além, acusando a candidata da oposição, Solange Ribeiro, de envolvimento em crimes como roubo e tráfico de drogas.

A gravação, que foi feita no gabinete do secretário e em horário de expediente, mostra Laine em estado de grande desconforto, inclusive chorando em alguns momentos. Ela revela que já houve sofrimentos, humilhações e retaliações por parte de aliados políticos do grupo situacionista.

Ouça a gravação na íntegra:

Uso de bens e servidores públicos para fins eleitorais

Além da gravação, a ação judicial relata uma série de outras irregularidades. Entre elas, destaca-se o uso sistemático de servidores e bens públicos em favor da campanha eleitoral de Dinho Maraskin e Fabricia Bedendo. Segundo a denúncia, servidores municipais participaram como cabos eleitorais durante o horário de expediente, utilizando-se de redes sociais e grupos de WhatsApp para promover uma campanha, o que configura abuso de poder político.

A coligação "Honestidade e Desenvolvimento" anexou ao processo prints de conversas em grupos de WhatsApp, como o grupo “Dinho & Fabrícia 44”, no qual os servidores estariam promovendo atividades de campanha eleitoral em local de trabalho, utilizando inclusive a infraestrutura pública, como sinal de internet e equipamentos. Servidores como Natã da Costa Duarte, Ouvidor Geral do Município e outros nomes de peso na administração municipal são relatados no processo como participantes ativos dessas ações.

Assédio moral e acusações 

O assédio moral também foi destacado como uma das infrações mais graves cometidas pelo secretário. No diálogo, Michiyori insiste que sua conversa com Laine é "de amigos", mas a pressão psicológica e as ameaças veladas são evidentes. Ele reforça que sua influência junto às autoridades judiciais locais garantiria que qualquer denúncia contra Fabricia Bedendo, sua aliada, fosse arquivada.

Em contrapartida, Michiyori tece acusações pesadas contra Solange Ribeiro, vice da chapa adversária, alegando que ela estaria envolvida em crimes de roubo e tráfico de drogas. O secretário ainda desqualifica a oposição ao afirmar que eles não têm chances de sucesso, mencionando que controla diversas situações nos bastidores.

Campanha dentro de prédios públicos

Outro ponto relevante da denúncia é o uso de prédios públicos para gravação de vídeos de campanha eleitoral. Imagens de dentro do Hospital Municipal Moacir Micheletto e da Unidade Básica de Saúde Central foram utilizadas em propagandas eleitorais em favor de Dinho e Fabrícia, o que também constitui uma infração eleitoral.

Servidores em horário de expediente, como a funcionária pública Iracema Heiss, foram filmados em apoio à campanha, sem qualquer autorização legal.

A ação ainda cita links de vídeos postados nas redes sociais, comprovando a divulgação do conteúdo em canais oficiais da campanha e por apoiadores do grupo situacionista.

Cassação da candidatura

Diante da acusação das acusações, a coligação “Honestidade e Desenvolvimento” pede para que os representados cessem imediatamente o uso de bens e servidores públicos para atividades eleitorais. Também solicitou o afastamento imediato de Carlos Michiyori de suas funções, interrompendo as práticas de assédio e coação sobre os servidores.

A ação busca, além disso, a cassação das candidaturas de Dinho Maraskin e Fabricia Bedendo, com base no abuso de poder político e no uso irregular de bens públicos. O processo também pede que o Ministério Público investigue os crimes de improbidade administrativa contra os envolvidos.

 

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