Irmãos de brasileiro morto em bombardeio no Líbano chegam a Foz do Iguaçu

O irmão do brasileiro de 15 anos, que morreu atingido por um bombardeio feito por Israel no Líbano, chegou ao Brasil na madrugada desta sexta-feira (27).

Mohamed Kamal Abdalah, de 16 anos, retornou junto com sua irmã, de 21 anos, em um voo que fez escala em Paris, na França. O destino final foi o Aeroporto Internacional de Foz de Iguaçu, cidade onde nasceu.

O paranaense encontrou sua mãe e vários amigos que o recepcionaram no terminal. Ele chegou com ferimentos na mão e nas pernas.

O adolescente contou como foi o momento da morte seu irmão, Ali Kamal Abdallah, e seu pai, Kamal Hussein Abdallah, que tinha nacionalidade paraguaia. Eles faleceram enquanto trabalhavam juntos.

“A gente foi ajudar meu pai a trabalhar e a gente escutou o primeiro bombardeio em Sohmor. O segundo foi na nossa frente na montanha e a gente pediu para fugir e ele só queria terminar de encher a água para trabalhar. A gente enchendo, caiu tudo e nem vi mais nada, não consegui mais respirar. Tirei as pedras de mim e fui ver meu pai, estava no chão morto. Meu irmão, não consegui achar meu irmão, gritava o nome dele e as pessoas do meu lado mortas, eu não escutei a voz dele”, contou Mohamed.

O sobrevivente também falou que foi muito bom reencontrar sua mãe. “(Muito bom) eu ter ficado para pelo menos ficar com ela”.

Ali é o primeiro brasileiro a morrer na escalada de conflito no Líbano. A morte dele foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Em nota, o Itamaraty informou que “tomou conhecimento, com profundo pesar, da morte, no Vale do Bekaa, Líbano, do adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah, de 15 anos de idade, natural de Foz do Iguaçu. O menor e seu pai, de nacionalidade paraguaia, foram atingidos por explosão como resultado dos intensos bombardeios aéreos israelenses na região, na segunda-feira”.

O comunicado também reitera condenação aos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e o cessar imediato das hostilidades.

A pasta afirma ainda que a Embaixada do Brasil em Beirute tem prestado toda a assistência aos familiares do menor.