O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (7/11), o desempenho da produção industrial regional, com o Paraná registrando alta de 0,9% em relação a agosto (dados ajustados sazonalmente) e 3,7% na comparação com setembro de 2023. Esse resultado é o segundo melhor entre os principais estados industriais (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul), ficando atrás apenas de Minas Gerais. A média nacional foi de 3,4%.
De janeiro a setembro de 2024, a indústria paranaense avançou 3,3%, superando a média nacional de 3,1%. Nos últimos 12 meses, o crescimento acumulado no estado foi de 5,1%, acima da média brasileira de 2,6%. O desempenho do setor em setembro e ao longo do ano pode ser influenciado pelo crescimento de 5% no comércio e 2,7% nos serviços, que impulsionam a demanda por produtos industriais.
A expectativa para os próximos meses é positiva, dependendo dos desdobramentos econômicos globais, especialmente após o pleito nos Estados Unidos, e das novas diretrizes de ajuste fiscal que devem ser anunciadas pelo Governo Federal. A nova alta da taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (6), também é um ponto de atenção, podendo impactar o consumo e afetar a produção no futuro.
“As indústrias brasileiras e paranaenses estão inseridas em um panorama global, competindo com concorrentes de várias partes do mundo”, afirma o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Vasconcelos. “O Brasil já possui uma das maiores taxas básicas de juros do planeta e este novo aumento da Selic pode impactar no consumo, reduzindo o ritmo de crescimento da produção industrial, além de desestimular novos investimentos produtivos”, acrescenta.
Para Vasconcelos, é importante que o Governo Federal encare com seriedade a questão do equilíbrio das contas públicas. “O cumprimento das metas fiscais e a redução dos gastos é fundamental para que haja espaço para diminuir os juros no futuro e o país possa encontrar um caminho de crescimento sustentável sem pressões inflacionárias”, explica.
Com um dia útil a mais do que setembro do ano passado, a alta mensal agora, frente ao mesmo mês de 2023, se deve especialmente ao bom desempenho dos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (33%), automotivo (32%), moveleiro (20%), produtos de metal (15%) e madeira (11%). Das 13 atividades avaliadas pelo IBGE no Paraná, apenas três ficaram negativas: fabricação de petróleo (-8,5%), alimentos (-2,8%) e celulose e papel (-1,4%).
No acumulado do ano, 10 atividades estão positivas. Destaque para a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (28,5%), móveis (13,1%), bebidas (13%), madeira (12,5%) e automotivo (9,6%). Apenas três ficaram abaixo do esperado: máquinas e equipamentos (-5,4%), petróleo (-1%) e minerais não-metálicos (-0,4%).