A Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec realizaram mais uma semana de encontros pelo Paraná com os Núcleos de Cooperação Socioambiental. As seis reuniões aconteceram em Irati, Turvo, Laranjeiras, Paranaguá, Pinhais e União da Vitória, contando com a presença de mais de 360 instituições e quase 500 participantes.
As discussões versaram sobre qualidade ambiental, qualificação para o trabalho, degradação da água, diversidade econômica, tratamento de resíduos sólidos e atração de novas empresas. Os temas em comum reforçaram a importância da união de esforços na busca por soluções em comunidade.
Foi o terceiro encontro de trabalho presencial desde a formação dos núcleos, em 2024, dentro da proposta de governança participativa do programa Itaipu Mais que Energia, alinhado às estratégias do Governo Federal. A participação massiva de ONGs, poder público, universidades, movimentos sociais e grupos organizados mostra que esses espaços já estão consolidados como ambientes de aprendizado e colaboração.
A primeira rodada de encontros segue até o dia 12 de março. O próximo encontro será em Realeza, nesta terça-feira (18). Nas semanas seguintes, os encontros acontecerão em Maringá e Cornélio Procópio (25), Paranavaí e Rolândia (26), Cianorte e Faxinal (27).
A presença feminina nas discussões dos núcleos tem sido cada vez mais evidente. As mulheres representam instituições ligadas à proteção da vida humana, ao meio ambiente, à luta pela reforma agrária, entre outras causas.
A presidente da União das Casas Familiares Rurais do Brasil, Maria da Aparecida Gtsser, participou do encontro em Turvo. “O encontro está sendo muito importante porque estamos trazendo a nossa experiência para o fortalecimento junto às demais entidades sociais. Queremos fortalecer o nosso núcleo e as nossas organizações na base”, afirmou.
Maria Aparecida Gtsser. Foto: Adilson Borges/Itaipu Parquetec
A técnica em Agroecologia Ana Júlia do Nascimento participou do encontro em Irati, representando a Associação Boa Esperança, localizada no município de Teixeira Soares, no assentamento São Joaquim. “Nós, agricultores e agricultoras, estamos participando do núcleo e discutindo várias temáticas da agricultura familiar. Dois pontos principais foram debatidos: o saneamento básico e a matriz econômica. Nosso grupo concluiu que, para termos uma matriz econômica eficiente, precisamos valorizar a agroecologia, pois ela traz muitos benefícios, tanto para as famílias agricultoras quanto para a sociedade em geral”, frisou.
Ana Julia do Nascimento. Foto: Adilson Borges/Itaipu Parquetec
Os núcleos avançaram na construção da chamada “teoria da mudança”, abordagem que enfatiza a importância do planejamento estratégico para a transformação social e ambiental. O conceito reforça que agir sem planejamento pode resultar em iniciativas ineficazes, enquanto uma teoria sem aplicação prática não produz efeito.
Mulheres são maioria na participação dos núcleos. Foto: Adilson Borges/Itaipu Parquetec
Com esse direcionamento, as organizações participantes saíram dos encontros com maior clareza sobre os desafios e os caminhos para a mudança, além da definição de uma agenda de ações. O planejamento prevê atribuições específicas para diversas instituições, que contribuirão, de acordo com suas áreas de atuação, para a resolução dos desafios regionais.
Os 21 Núcleos de Cooperação Socioambiental foram constituídos em 2024, a partir do programa Itaipu Mais que Energia, iniciativa alinhada às estratégias do Governo Federal para o meio ambiente e a transformação social. A estratégia abrange os 399 municípios do Paraná e 35 do sul do Mato Grosso do Sul, área de atuação prioritária da usina.
Eles constituem um espaço de escuta ativa, formação e educação, baseados na metodologia da governança participativa. A ideia é que as instituições parceiras se mobilizem coletivamente para melhorar a qualidade de vida e promover um futuro sustentável para as comunidades.
Em todos os encontros, está sendo divulgada a agenda geral das atividades dos núcleos. Estão previstos mais encontros presenciais, workshops, capacitação para os participantes, cursos online, webinars, oficinas de construção de hortas comunitárias e fabricação de biodigestores, além de cursos para merendeiras sobre segurança alimentar.