Investir nos Estados Unidos tem se tornado uma alternativa estratégica para brasileiros que buscam diversificar seus ativos, proteger o patrimônio e conquistar melhores retornos. De acordo com a National Association of Realtors, os brasileiros já figuram entre os principais compradores internacionais de imóveis residenciais no país, movimentando mais de US$ 1,6 bilhão em 2023.
Apesar do cenário favorável, especialistas alertam que a segurança e a rentabilidade desses investimentos dependem de um planejamento detalhado e da compreensão das particularidades legais e tributárias do mercado americano. O sistema jurídico norte-americano é reconhecido pela sua rigidez e previsibilidade, o que oferece proteção sólida aos investidores, desde que todas as exigências sejam cumpridas.
“As leis e regras são diferentes das brasileiras e, muitas vezes, mais rígidas. No entanto, essa rigidez garante segurança e previsibilidade, o que é extremamente positivo para o investidor”, destaca Adriano Murta, fundador da M&P Capital Investments, consultoria especializada em investimentos nos EUA.
Além da segurança jurídica, outro ponto importante para quem deseja atuar nesse mercado é o planejamento tributário. Ao contrário do Brasil, onde há uma divisão clara de tributos entre esferas federal, estadual e municipal, nos Estados Unidos o modelo é mais simplificado: o imposto sobre consumo, por exemplo, é cobrado de forma única no ponto de venda, e posteriormente redistribuído entre federação, estados e condados. Cada estado, no entanto, tem liberdade para definir suas próprias alíquotas e legislações, o que exige atenção na hora de estruturar um
investimento.
“O planejamento tributário é aquela linha tênue que diferencia um negócio de sucesso de uma catástrofe financeira. Há formas legais e eficientes de estruturar um negócio com menor carga tributária, desde que tudo esteja alinhado com a legislação vigente”, alerta Murta.
De acordo com relatório da Tax Foundation, falhas no entendimento do sistema fiscal são uma das principais causas de perda de margem para investidores estrangeiros. Por isso, a recomendação é clara: buscar apoio técnico antes de fechar qualquer operação.
Outro cuidado essencial está relacionado à formalização dos contratos. Nos EUA, acordos firmados são legalmente robustos e qualquer descumprimento pode gerar sanções severas. “Nos Estados Unidos, os contratos jamais podem ser descumpridos ou sequer questionados. É essencial contar com uma equipe experiente, que analise cláusulas, riscos e esteja familiarizada com o sistema legal do país”, reforça o especialista.
Para quem está iniciando, as etapas mais seguras envolvem uma avaliação prévia de riscos e oportunidades, a adequação total às normas legais e o acompanhamento profissional de especialistas no modelo de negócios americano.
Relatórios de tendências, como o da PwC para 2024, apontam que imóveis multifamiliares e ativos comerciais continuam entre os mais valorizados, especialmente em regiões metropolitanas em crescimento.
Combinando estratégia, adaptação e conhecimento técnico, o investidor internacional tem condições de transformar o ambiente desafiador em
oportunidades reais de crescimento e rentabilidade. “O mercado americano é extremamente sólido. Com as decisões corretas, ele se torna uma oportunidade excepcional para construir um patrimônio seguro e duradouro”, finaliza Murta.