A estiagem que assola o Oeste do Paraná tem feito com que os produtores rurais coloquem ‘as brutas’ no campo. Com previsão de chuva para a próxima semana, os agricultores aceleram a colheita de soja e, segundo a previsão do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Estado de Agricultura e do Abastecimento o Paraná deve colher mais de 22 toneladas de soja.

Deste total, a região Oeste do Estado merece destaque. Com 11% da produção, devem sair dos campos das regionais de Toledo e Cascavel, mais de quatro toneladas do grão. Segundo o último levantamento divulgado pelo Deral – ainda em dezembro, a previsão é de que a regional de Cascavel colha 2.214.110 toneladas, crescimento de quase 10% no comparativo com o ano passado, quando foram colhidas 2.002.461 toneladas.

Cabe ressaltar que paralelo ao crescimento da produção está a área plantada. Na safra 2023-2024 a regional de Cascavel plantou 537.122 hectares para 543.340 hectares.

Já em Toledo, mesmo com redução na área plantada de 493.600 hectares para 493.205 hectares, a produção deve crescer. No ano passado foram 1.514.147 toneladas e agora deve ser de 1.800.197 toneladas.

O agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, explica que a colheita da soja pode avançar significativamente ainda neste mês. “Com o passar dos dias agora em janeiro, a gente deve evoluir na colheita da soja. E se voltar a chover, esses trabalhos devem se acelerar e podem ter um bom desempenho no Paraná”, afirma.

Milho

Em relação ao milho segunda safra, a produção no Estado deve ultrapassar a marca de 15,5 toneladas – na safra 2023-2024 foram 12,5 toneladas.

Cascavel corresponde a 2.640.000 toneladas do grão que serão colhidos nas próximas semanas e Toledo por 3.164.700.

Melhorias nas estradas

Em Cascavel, para dar mais fluidez no escoamento da safra, o Município lançou na segunda-feira (13) o Mutirão Safra. O programa fará manutenção nas estradas nos sete distritos. Os primeiros trabalhos começaram com o cascalhamento da Linha Tolentino, no distrito de Juvinópolis, e também em São João do Oeste. A equipe deverá atuar nas seguintes localidades: Colônia Barreiro, Reassentamento São Francisco, Rio do Salto, Espigão Azul, Sede Alvorada, Gramadinho e outras regiões que mais necessitarem de revitalização. Os investimentos da Seagri nessas ações e serviços totalizam cerca de R$ 10 milhões por ano. 

O secretário de Agricultura, Renato Segalla, reforça que os serviços são constantes e visam facilitar a vida dos cascavelenses que vivem na área rural. “Nos trabalhamos com duas frentes: a manutenção das estradas rurais. São 600 quilômetros de estradas que recebem manutenção durante todo o ano. E outra frente referente às obras estruturantes: onde é feita a pavimentação asfáltica e adequação. Essas são as linhas de trabalho da Secretaria para este ano. O objetivo é dar condição de escoamento da safra, inclusive já iniciou a colheita da soja, para que possamos dar mais segurança e agilidade para esses produtores que vão intensificar a colheita na nossa região”, explica. 

Safra no Brasil deve crescer 10%

Com base em estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o terceiro prognóstico para a safra 2025 aponta que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 322,6 milhões de toneladas, o que representa alta de 2,5% ante o 2º prognóstico (7,8 milhões de toneladas) e de 10,2%  em comparação com 2024 (29,9 milhões de toneladas).

Segundo a instituição, é esperada elevação na produção de diversos produtos, como soja (15,4% ou 22 347 519 t), milho 1ª safra (9,3% ou 2 124 233 t), milho 2ª safra (4,1% ou 3 736 047 t), arroz (8,1% ou 856 065 t), trigo (4,8% ou 360 657 t) e feijão 1ª safra (30,9% ou 276 071 t).

Em relação a soja, houve reajuste mensal positivo de 2,3%, totalizando 167,3 milhões de toneladas. Tal volume representa um aumento de 15,4% em relação a 2024, chegando a um novo recorde na produção no país. 

No milho, a estimativa para a produção em 2025 é de 120,6 milhões de toneladas, crescimento de 5,1% em relação ao ano anterior, puxado pelo aumento do rendimento médio de 4,5% (5 613 kg/ha).