O Paraná encerrou setembro de 2025 com saldo positivo na balança comercial. O superávit de US$ 105,5 milhões decorre de uma corrente de comércio de US$ 3,9 bilhões, resultado que reforça o desempenho consistente das exportações paranaenses ao longo do ano. Entre janeiro e setembro, o estado exportou US$ 17,7 bilhões e importou US$ 15,7 bilhões.
O complexo da soja continua liderando as vendas externas, com US$ 3,7 bilhões exportados no período. Na sequência, aparecem frango e outras aves (US$ 2,6 bilhões), açúcar (US$ 869 milhões) e milho (US$ 615 milhões). Nas importações, os principais itens foram fertilizantes e adubos (US$ 2,4 bilhões), óleo diesel (US$ 1 bilhão), metanol (US$ 332 milhões) e medicamentos (US$ 794 milhões).
Exportações
Na comparação com setembro de 2024, os embarques paranaenses apresentaram altas em diversos segmentos. Destacaram-se o milho não moído (+234,7%), carne suína fresca (+41,6%), óleos combustíveis de petróleo (+54,6%), automóveis para transporte de mercadorias (+149,7%), veículos rodoviários (+150,2%), café torrado (+35,9%) e carne bovina fresca ou congelada (+71,1%).
Em contrapartida, as exportações de aves e miudezas recuaram 21,5% em setembro, reflexo dos impactos pontuais da gripe aviária registrada no país. Apesar da retração nas vendas para países do Oriente Médio, tais como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Omã, Kuwait, Qatar e Iraque, houve crescimento significativo das exportações para México, Chile, África do Sul, Filipinas, Coreia do Sul e Japão, demonstrando diversificação dos mercados compradores.
O setor madeireiro, por sua vez, registrou queda acentuada diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a diversos produtos de origem brasileira. As exportações de madeira parcialmente trabalhada recuaram 41,6% na comparação anual. O valor exportado de madeira compensada passou de US$ 20,1 milhões em setembro de 2024 para US$ 8,6 milhões em 2025, uma redução de 57,3%, enquanto as madeiras de coníferas caíram 66,4% (de US$ 22,7 milhões para US$ 7,7 milhões). Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino desses produtos.
Importações
As importações paranaenses também apresentaram crescimento expressivo em vários segmentos, acompanhando o ritmo de reabastecimento da indústria e do agronegócio. Os maiores avanços foram registrados em adubos e fertilizantes (+76,7%), compostos organo-inorgânicos (+34,8%), soja (+651,3%), medicamentos, incluindo os de uso veterinário (+226,8%) e aparelhos elétricos (+61,8%).
Principais parceiros comerciais
Os principais destinos das exportações paranaenses foram China, Argentina, México, Chile e Estados Unidos, com destaque para produtos como soja, milho, óleo de soja, carnes, papel, automóveis e madeira. No comparativo com setembro de 2024, houve crescimento nas vendas para Chile (+57,5%), Irã (+75,7%), Singapura (+75,1%), Colômbia (+77,4%), Espanha (+106,8%), Filipinas (+105,4%) e Bangladesh (+926,9%), impulsionadas por carnes suínas, automóveis, papel, óleo de soja, milho e café. Já as exportações para os Estados Unidos apresentaram queda de 56,3%.
Do lado das importações, os principais países de origem foram China, Estados Unidos, Alemanha, Paraguai e Rússia. Entre os mercados fornecedores verificou-se crescimento expressivo das importações de produtos vindos da Dinamarca (+194,6%), Canadá (+192,1%), Arábia Saudita (+629,6%), Japão (+59,8%), Marrocos (+55,6%) e Romênia (+101,9%), especialmente de fertilizantes, máquinas agrícolas, metanol, diesel, medicamentos e componentes automotivos.
“Os exportadores brasileiros, e em especial os paranaenses, têm buscado novos mercados para além dos parceiros tradicionais. Países da América Latina, da Ásia e do Oriente Médio vêm ampliando sua participação na pauta de vendas externas, o que reduz a dependência de mercados concentrados e fortalece a resiliência do setor”, observa o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi. Segundo ele, fatores como o impacto pontual da gripe aviária e as barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos aceleraram um processo de diversificação dos destinos das exportações nacionais, especialmente de produtos agroindustriais.
Para o economista, essa movimentação indica maturidade e flexibilidade comercial. “O setor produtivo paranaense está reagindo rapidamente às mudanças do cenário internacional, reposicionando produtos e consolidando novas parcerias. Essa adaptação é fundamental para manter o superávit da balança comercial e sustentar o crescimento das exportações nos próximos meses”, avalia.
BOLETIM DO COMÉRCIO EXTERIOR