Um percurso com o potencial de formar mais de 300 profissionais ligados a uma parte primordial de criação artística no palco, seja ela para o teatro, música, dança ou eventos culturais. Após passar por Londrina e Maringá, o projeto Núcleos Paranaenses de Cenografia chega a Cascavel para duas semanas de imersão.
As aulas acontecem na Sala Redonda do Centro Cultural Gilberto Mayer, das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira. As inscrições são completamente gratuitas e devem serem feitas através do formulário online disponível no seguinte link: https://linktr.ee/oficinasdecenografia .
Aprovado no Edital Qualifica Paraná, da Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura do Ministério da Cultura – Governo Federal e apoio da Prefeitura Municipal de Cascavel e da Secretaria de Cultura do Município, o projeto tem como objetivo expandir a formação nas áreas técnicas das artes da cena, algo ainda pouco oferecido no Brasil em termos de profissionalização.
Com foco na arte da Cenografia, as Oficinas propõem o compartilhamento de conhecimentos conceituais, teóricos, historiográficos, estéticos, criativos e práticos desse universo conhecido muito bem por Gelson Amaral.
Formado em Arquitetura pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Amaral também passou pelo curso de Cenografia e Indumentária do CPT (Centro de Pesquisa Teatral) dirigido por Antunes Filho, sob coordenação do cenógrafo e também arquiteto José Carlos Serroni, um dos maiores nomes da cenografia nacional e que também inspira a metodologia das Oficinas com o conceito do seu Espaço Cenográfico, em São Paulo.
Em meio a inúmeras produções, impossível não mencionar o Prêmio Shell de Melhor Cenografia, recebido em 2002 por Gelson Amaral pelo cenário do espetáculo teatral “Da Arte de Subir em Telhados”, da renomada Armazém Companhia de Teatro.
“Os ofícios de profissionais das áreas técnicas do teatro são aprendizados adquiridos muitas vezes na prática. É um aprender que se faz constante”, analisa Amaral. Por outro lado, continua o cenógrafo, é uma formação ainda pouco presente em cursos de graduação da área, tampouco em cursos livres e a escassez de profissionais habilitados, com formação na área técnica para as Artes da Cena, também se verifica no Paraná.
“Nossa ideia é criar, em cada cidade, um espaço de experimentação que dê a possibilidade aos participantes de vivenciarem na prática os estudos da linguagem cenográfica, com a projeção de cenários, experimentos com maquetes, manipulação de materiais e a confecção de projetos de cenários e/ou elementos cênicos”, justifica.
Mantendo a perspectiva de experimentação prática, a metodologia tem como norte a aproximação de cada participante com esses conceitos, teorias e referências enquanto experimentam o exercício do pensar criativamente e esteticamente a artesania da construção de cenários. O cronograma envolve, ainda, visitas técnicas guiadas em espaços teatrais e o exercício de criação de projetos cenográficos por meio da construção das maquetes de espaços dedicados ao teatro em cada uma das cidades-núcleo.
“Assim, é possível gerar experiências e reflexões que abarcam a diversidade de espaços para a cena e de processos criativos, bem como de técnicas de construção, orçamentos, materialidades e funcionalidades dos cenários”, completa Gelson Amaral.
O projeto Núcleos Paranaenses de Cenografia vem para ampliar os conhecimentos de profissionais que já atuam na área, mas também se direciona a quem quer iniciar nesta arte, com foco em promover novas possibilidades de trabalho para outros agentes culturais. Além de Amaral, participam da proposta a pesquisadora e doutora em Artes Cênicas Carin Louro e o ator e diretor Marcos Martins, ambos com longa trajetória nas artes do espetáculo.
À frente da produção executiva, o também ator e pesquisador Álvaro Canholi, da PÁ! Artística, proponente do projeto.
Os desafios do projeto Núcleos Paranaenses de Cenografia não são poucos. Além de resgatar e celebrar a história da cenografia no Brasil e no Paraná, o desejo é revelar novos talentos pelo Estado, fazendo surgir uma categoria forte e qualificada de técnicos e artistas da cena nas cidades abarcadas pelo projeto ao provocar reconhecimento, reflexão e difusão do fazer cenográfico.
Para Álvaro Canholi, o processo de qualificação de artistas e técnicos deve contribuir para a cena cultural do estado e para a profissionalização das áreas técnicas das Artes da Cena, oferecendo outras possibilidades de trabalho para muitas pessoas que estarão aptas a atender as demandas do mercado artístico paranaense.
Os materiais para as aulas também são fornecidos gratuitamente aos alunos. “Este projeto possui caráter formativo e, por si só, já cumpre com o importante papel de atuação social, comunitária e democratizadora que toda proposta cultural deve assumir”, diz.
Depois de Cascavel, o projeto segue para Francisco Beltrão, Guarapuava, Ponta Grossa, Curitiba e Paranaguá. Em cada uma das cidades-sede são disponibilizadas 40 vagas para pessoas maiores de 18 anos. Mais informações pelo e-mail nucleosartesdacena@gmail.com e nas redes sociais do projeto: @nucleos_pr_cenografia
Em Cascavel
De 21 de julho a 01 de agosto
Local: Centro Cultural Gilberto Mayer (Rua Duque de Caxias, 379)
Horário: das 14h às 18h.
Inscrições gratuitas, para maiores de 18 anos, pelo formulário online: https://linktr.ee/oficinasdecenografia.