A série de reportagens do Preto no Branco, dedicada a mostrar a realidade por trás da propaganda que coloca Cascavel como a segunda melhor cidade do Brasil, encontra um obstáculo persistente: a constante falta de respostas de alguns órgãos da Prefeitura, especialmente da Transitar e da Secretaria de Obras. Este silêncio não apenas frustra os esforços de jornalismo, mas também levanta sérias dúvidas sobre a transparência e responsabilidade do poder público perante seus cidadãos.

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Tomemos o caso do bairro Canadá, onde realizamos a reportagem desta semana, como ponto de partida. A região, enfrentando desafios críticos de mobilidade urbana devido ao crescimento desordenado, clama por soluções. No entanto, as tentativas de diálogo e busca por respostas da Transitar e da Secretaria de Obras, essenciais para entender e abordar o problema, encontram-se com um muro de silêncio. E isso vem se repetindo a cada semana.

Transparência e responsividade não são opcionais no poder público. São fundamentais para a confiança e o bom funcionamento da sociedade. O silêncio administrativo, especialmente em questões que afetam diretamente a vida dos cidadãos, como a mobilidade urbana, é uma forma de negligência.

Esta postura de não-resposta coloca em dúvida a veracidade das alegações sobre a qualidade de vida em Cascavel. Se a cidade realmente ocupa um posto tão elevado no ranking nacional, por que então suas instâncias governamentais hesitam em dialogar abertamente sobre os desafios que enfrenta? A credibilidade de tais afirmações é diretamente proporcional à disposição da administração em enfrentar e discutir as questões levantadas pela imprensa e pelos cidadãos.

Para que Cascavel possa verdadeiramente aspirar ao título de uma das melhores cidades do Brasil, é imprescindível que seus órgãos governamentais adotem uma postura de transparência, responsividade e engajamento ativo com a comunidade e a imprensa. Somente assim poderemos avançar rumo a uma Cascavel que não apenas brilha nas propagandas, mas também na realidade do dia a dia de seus moradores.