
A Rede Estadual de Manejo de Animais em Desastres (Remad) atendeu 2,3 mil animais, entre espécies domésticas e silvestres, desde sábado (8) em Guarapuava e Rio Bonito do Iguaçu, municípios atingidos pelo tornado da semana passada. A organização é coordenada pela Defesa Civil do Estado e conta com a participação do Instituto Água e Terra (IAT).
A médica veterinária Leticia Koproski é uma das servidoras do IAT que esteve na linha de frente do atendimento animal em Rio Bonito do Iguaçu. Ela conta que paralelamente ao trabalho de reconstrução da cidade, 90% destruída pelo fenômeno climático, se formou uma grande rede de solidariedade em prol da fauna – ao menos 70 pessoas estão envolvidas com os procedimentos emergenciais.
“A atuação dos protetores, principalmente voluntários da comunidade, tem sido essencial. ONGs da proteção animal e grupos especializados no atendimento de animais em desastres também têm executado um trabalho muito importante”, afirma.
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Os casos mais simples envolvendo cães e gatos são encaminhados para lares temporários cedidos pela própria comunidade após o tratamento inicial. Os mais graves vão para clínicas veterinárias ou para o Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) de Guarapuava.
Animais de produção estão sendo atendidos, em sua maioria, nas propriedades atingidas. Já as espécies silvestres, por sua vez, contam com o suporte do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), também da Unicentro e referência em atendimento à fauna nativa.
“Estamos trabalhando com prioridades, que vão desde o resgate, atendimento primário, organização de cadastro de voluntários até o direcionamento de medicação e alimentos. Todos têm ajudado muito”, acrescenta.
Letícia cita a necessidade de uma série insumos para que o grupo possa intensificar a prestação de socorro: vermífugos, vacinas, antipulgas, ração, milho, feno, pallets, barracas, caixa de transporte e potes de comida. “Mas qualquer ajuda é muito bem-vinda. É o momento de todos colaborarem”, destaca.
RECONSTRUÇÃO E SOLIDARIEDADE– Desde o fim de semana, o Governo do Estado mantém equipes da Defesa Civil, Polícia Militar e Secretaria do Desenvolvimento Social e Família, além de outras áreas, em Rio Bonito do Iguaçu. As ações incluem apoio logístico, limpeza de vias, distribuição de kits de assistência humanitária, colchões, cobertores e telhas, além do acompanhamento psicossocial das famílias atingidas.
O Governo do Paraná já anunciou que atua em diferentes frentes para ajudar as famílias com moradias. O governador anunciou a construção emergencial de 320 casas . As obras terão início assim que as equipes de engenharia concluírem os diagnósticos técnicos e estruturais dos terrenos.
As empresas de construção civil que trabalham com o modelo off-site serão priorizadas. Elas substituem o “tijolo por tijolo” pela instalação de paredes pré-produzidas. As paredes são produzidas em indústria e chegam prontas para instalação, já com portas, esquadrias e sistemas elétricos e hidráulicos. O investimento deve ser de cerca de R$ 60 milhões, com padrão de custo por metro quadrado.
Esse processo acontecerá em paralelo ao repasse de até R$ 50 mil por família para reformas , cuja lei foi sancionada nesta terça-feira (11), chegando a um aporte planejado de R$ 50 milhões. Em outra linha, o Estado vai auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade de Rio Bonito do Iguaçu com R$ 1 mil por mês.
Equipes do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (Ibape-PR) e da Cohapar, com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), estão desde domingo (9) em Rio Bonito do Iguaçu para avaliar as condições das edificações atingidas pelo tornado que devastou parte do município na sexta-feira (7). O grupo já mapeou cerca de 80% das residências e prédios públicos afetados .
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