
Um conflito armado na manhã do último domingo (16) na Fazenda Cachoeira, em Iguatemi (MS), resultou em duas mortes e deixou dois feridos. Um indígena suspeito de executar um dos moradores da aldeia foi preso. Ele foi identificado como Valdecir Alonso Brites. Nascido no Paraguai, ele é casado com uma indígena que vivia na área e, pela comunhão, passou a ser reconhecido como integrante do mesmo povo.
As mortes confirmadas são de Vicente Fernandes Vilahalva, 36 anos, indígena Guarani Kaiowá, morto com traumatismo craniano causado por disparo de arma de fogo. A polícia ainda não informou a relação entre vítima e autor.
A outra vítima é Lucas Fernando da Silva, 23 anos, funcionário da fazenda, que sofreu ruptura hepática e choque hemorrágico.
O indígena apontado como autor da execução de Vicente foi encaminhado à Polícia Federal, responsável pela apuração do ataque e demais procedimentos.
Um terceiro homem ferido foi levado inicialmente ao hospital de Iguatemi, mas transferido para Dourados devido ao quadro grave.
Um adolescente indígena de 14 anos, ferido no braço, chegou a receber atendimento em Iguatemi, mas deixou o hospital antes da conclusão dos procedimentos médicos.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul afirmou que as equipes estaduais atuam apenas em apoio à Polícia Federal. A nota reforça que nenhuma força estadual estava presente no momento do confronto e que o caso segue sob responsabilidade federal.
A região vive uma longa disputa fundiária. Em junho, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) atualizou o grupo responsável por estudar a identificação e delimitação dos territórios Iguatemipeguá II e III, que abrangem quatro municípios do sul do Estado.
A retomada ocorria justamente nesse contexto de reivindicação territorial.
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