
A tentativa de fuga cinematográfica do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, terminou na noite desta sexta-feira (26) em solo paranaense, aqui no Oeste. Após ser detido no Paraguai, Vasques foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu. O ex-diretor foi retirado de um camburão da polícia paraguaia algemado e com um capuz preto cobrindo a cabeça, sendo conduzido imediatamente a uma viatura da Polícia Federal (PF).
Silvinei passará a noite na carceragem da sede da PF em Foz do Iguaçu, aguardando os trâmites para sua provável transferência a Brasília. A captura ocorreu no aeroporto de Assunção, na manhã de sexta-feira, quando ele tentava embarcar para El Salvador. A fuga acontece poucos dias após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 24 anos de prisão, no âmbito do inquérito que apura a interferência da PRF nas eleições de 2022.
A evasão começou a ser desenhada na véspera de Natal. Imagens de segurança do prédio onde Silvinei cumpria medidas cautelares em São José (SC), na Grande Florianópolis, registraram uma movimentação atípica por volta das 19h de quarta-feira (24). O ex-diretor foi flagrado carregando um VW Polo prata — alugado em nome de terceiros — com mantimentos, tapetes higiênicos e um cachorro, aparentemente da raça pitbull.
O sinal da tornozeleira eletrônica foi interrompido às 3h da madrugada de quinta-feira (25). Quando agentes federais chegaram ao apartamento, encontraram o imóvel vazio. Ao ser abordado no Paraguai, Silvinei apresentou um passaporte local e uma carta escrita à mão com alegações desconexas, afirmando sofrer de um "câncer cerebral agressivo" e não conseguir falar ou ouvir — uma estratégia que não impediu sua identificação.
Diante da fuga, o ministro Alexandre de Moraes (STF) converteu as medidas cautelares em nova prisão preventiva, citando o "total desprezo" de Vasques pela Justiça brasileira.
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